Apesar dos bombeiros em suas manifestações estarem repetindo as cenas produzidas por seus companheiros presos que se ajoelharam e puseram as mãos na cabeça, quem está rapidamente sendo colocado de joelhos é o governador Sérgio Cabral. Ainda que ainda insistindo num discursos de intransigência, o governador Cabral já deve ter sentido que deu uma tremenda mancada política com seu discurso raivoso contra os bombeiros no último sábado.
Como político experiente, o governador Cabral deveria ter feito um cálculo melhor nas correlações existentes entre seu governo, a população do Rio de Janeiro e os bombeiros. Agora que o apoio ao movimento dos bombeiros ganhou as ruas, o governo do estado não tem outra saída a não ser libertar os presos e iniciar negociações sérias em torno das melhorias salariais pretendidas, com justiça é preciso frisar, pelos bombeiros.
O governo Cabral deve estar preocupado em criar precedentes para outras categorias igualmente atacadas por anos de descaso com seus salários decidam sair às ruas para protestar por reposição. Mas do jeito que a coisa vai, a demora em negociar com os bombeiros poderá instigar a que outras categorias saiam imediatamente da sua inércia e engrossem um movimento que já está forte. É a famosa história do "se ficar o bicho come, se correr o bicho pega"!