OS OSSOS DE TROTSKY DEVEM SE REVIRAR NA TUMBA POR CAUSA DE CERTOS EX-SEGUIDORES
Como ex-militante da finada tendência estudantil "Liberdade e Luta" que existiu no início dos anos 80 do Século XX tenho acompanhado a metamorfose de alguns "camaradas" daquele período. Alguns se transformaram em verdadeiros queridinhos do status quo vigente no Brasil, como o meta-intelectual Demétrio Magnoli que eu vejo quase todos os dias falando sobre quase tudo. Vejo menos um outro ex-camarada, o célebre auxiliar de José Dirceu, o economista Marcelo Sereno que sei continua operando milagres numa prefeitura da região dos Lagos.
Mas hoje ao ler uma matéria assinada pela jornalista Laura Capriglione da Folha de São Paulo sobre a ocupação do prédio da reitoria da USP fui levado a acreditar que também ela se acomodou no papel de porta-voz da ordem estabelecida ao escrever uma matéria horrivelmente preconceituosa sobre o que está acontecendo na melhor universidade brasileira. A ex-radical da Liberdade e Luta parece ter dado lugar a uma senhora que possui verdadeira ojeriza por jovens que ousam defender o que ela defendia há quase 30 anos atrás. Será que a Laura Capriglione está com a Síndrome de Dorian Gray?
Ainda bem que Trostsky morreu faz 71 anos e não precisa assistir esse espetáculo triste protagonizado por alguns que um dia disseram defender seu legado. O revolucionário russo certamente não é responsável pela trajetória destes personagens. No entanto, seus ossos devem sacolejar de vergonha na tumba. Eu, que não sou Trostsky, me envergonho do que ouço e leio destes que um dia foram meus ex "camaradas".