terça-feira, 9 de julho de 2013

Romario apoia movimento pelo impeachment de Sérgio Cabral

Porque apoio o impeachment de Cabral

por Deputado Federal Romário 

Exercendo uma das suas principais prerrogativas, a Câmara Legislativa do Rio de Janeiro, deverá avaliar o impeachment do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. O pedido de afastamento do cargo foi protocalado pelos deputados estaduais Marcelo Freixo (PSOL), Paulo Ramos (PDT) e Luiz Paulo Correa da Rocha (PSDB), após denúncias de uso ilegal dos helicópteros oficiais do Estado. De acordo com a revista "Veja", Cabral utilizou as aeronaves para transportar a família e funcionários até a sua casa de veraneio em Mangaratiba (RJ).

Esta, infelizmente, é apenas mais uma das muitas denúncias contra o governador do nosso Estado. Denúncias que comprovam que Cabral está claramente despreparado para ser um gestor público. Muito se fala da necessidade de experiência para se assumir cargos públicos, mas, por vezes, se esquecem de uma característica irreajustável: um caráter capaz de manter o interesse público acima de qualquer interesse pessoal. Realmente não é fácil, é necessária uma vigilância diuturna para que não confundamos os bens e prerrogativas do cargo com os interesses pessoais. Ele não teve este discernimento aos realizar viagens pagas com o erário público à sua casa de veraneio.

Por isso, reafirmo: Sérgio Cabral não está preparado para ocupar um cargo público. Vou justificar. No início do ano passado, vazaram imagens da farra de Cabral e seus secretários em Paris. Uma viagem de extremo luxo, paga com o dinheiro do contribuinte. Naquelas imagens, vocês iram recordar, Sérgio Cabral e os seus secretários estão acompanhados por Fernando Cavendish, da Delta Construções, empresa que já havia recebido R$1,4 bilhão em contratos assinados com o Rio. O escárnio era tanto que em uma das fotos, o secretário da Casa Civil, Régis Fichtner, está abraçado com Fernando Cavendish. Entendam: o chefe da Casa Civil era responsável por uma auditoria do governo nos contratos assinados com a Delta, depois de vir à tona as relações da Delta com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Fernando Cavendish chegou a afirmar que era possível ganhar contratos após o pagamento a senadores, revelou uma gravação. 

Tem mais. O Rio de Janeiro perdeu uma batalha no Congresso Nacional em relação aos royalties do petróleo. E a maior culpa desta derrota foi a arrogante omissão de Cabral, que preferiu fazer manifestações na rua, ou seja, jogar para a galera, ao invés de se articular no Congresso Nacional. Não se reuniu nem com a Bancada do Rio de Janeiro. 

Sem falar nos gastos excessivos na reforma do Maracanã. Um estádio que já havia sido reformado há menos de dois anos. A quem coube a negociação junto à FIFA de modo a reflexibilizar tantas exigências, que já se comprovaram desnecessárias? Resultado. Uma reforma de mais de R$ 1 bilhão. Sem contar a derrubada do Estádio de Atletismo Célio de Barros, do Parque Aquático Júlio Delamare, da Escola Municipal Friedenreich e da Aldeia Maracanã. Tudo isso para dar lugar a um estacionamento. Ele não se sensibilizou, mesmo diante de tantos apelos da população. Onde serão realocadas estas estruturas? Ele não respondeu!

Tem mais, Cabral já demonstrou não ter palavra. Ele assumiu um compromisso com uma entidade internacional para realizar uma Copa do Mundo de Futebol para pessoas com deficiência intelectual. Seria a primeira realizada no mundo, porém há um ano do evento. O governo resolveu recuar. 

Mas o governador já demonstrou também não ter nenhum interesse na causa das pessoas com deficiência. A lembrar descaso com Apaes e Pestalozzis. Aliás, está claro que este governo não tem compromisso com nenhum interesse da população.

Em 2011, como vocês também devem lembrar, Cabral chamou de vândalos os bombeiros que invadiram um quartel numa manifestação por melhores salários. Eles reivindicavam um aumento de R$ 950 para R$ 2.000, além de melhorias em suas condições de trabalho. 

A esta altura, alguns devem estar me questionando por que eu apoiei Cabral. Mais uma vez justifico: Eu não tinha conhecimento real das irregularidades cometidas por este governador. Tenho consciência do GRANDE ERRO que cometi ao apoiá-lo, mas como todo ser humano, sou passível de erros. Errei e peço desculpas ao povo do Rio de Janeiro.


#ForaCabral