sábado, 2 de fevereiro de 2013

Para além da derrapagem: o suspeito e o cargo que nem existe


Ainda estou aguardando para que as descobertas em torno do possível mandante do assassinato covarde de Cícero Guedes fiquem mais claras. Até agora não está claro qual foram as reais intenções da pessoa presa, mesmo porque ele está negando o crime.

Agora sobre uma coisa eu posso me manifestar, a cobertura que está sendo dada ao crime pelo jornal Folha da Manhã. Eu não sei quem anda apurando os fatos ou, tampouco, como eles estão sendo organizados para se preparar as matérias. Mas alguma coisa está bastante fora de prumo.

Vejamos o que diz um trecho da matéria que foi colocada online para falar da prisão do suspeito (Aqui!):

 " O atual coordenador geral do MST, José Renato Gomes de Abreu, de 44 anos, foi preso na tarde de ontem, no assentamento na Usina de Cambaíba. Policiais militares e civis ainda fizeram buscas no local, mas a suposta arma do crime não foi encontrada".

Bom, vamos aos fatos. Em meus quinze anos de pesquisas sobre a reforma agrária no Norte Fluminense, eu nunca ouvi falar que o MST possuísse cargos executivos, mas sim uma distribuição coletiva de responsabilidades. Não bastasse isso, o próprio MST emitiu um comunicado negando de forma categórica que o acusado fosse sequer membro do movimento (Aqui!).