quarta-feira, 3 de abril de 2013

Mais má notícia para Eike Batista: S&P rebaixa OGX por atrasos na produção e aumento nos custos

Segundo a agência, a petroleira de Eike Batista irá permanecer bastante alavancada até 2015


Gustavo Kahil, de


Divulgação

Produção dos poços em operação da OGX têm ficado aquém das estimativas

São Paulo – O nível de produção de petróleo abaixo do esperado e o aumento nos custos levaram a Standard and Poor’s a rebaixar a nota de crédito da OGX (OGXP3) nesta quarta-feira. A agência de classificação de risco argumenta que esse cenário deve contribuir para que as suas métricas de crédito fracas nos próximos dois anos.

A nota de crédito foi cortada nesta quarta-feira de B para B-. A perspectiva é negativa, o que significa que uma nova ação sobre a nota da empresa pode ser de um novo corte.

"Os ratings da OGX refletem a nossa visão de seu perfil de risco de negócios “vulnerável”, dadas as incertezas em relação a sua capacidade para atingir o nível de produção esperado para os próximos dois anos", ressaltam as analistas Renata Lotfi e Fabiola Ortiz, que assinam o documento.

As incertezas sobre a produção nos poços em desenvolvimento são preocupação constante para os investidores e a queda das ações no ano já chega a 49% - o segundo pior desempenho do Ibovespa em 2013.

A S&P lembra que o nível de produção em cada um dos dois primeiros poços da empresa estabilizou-se em aproximadamente 5.000 barris por dia, bem abaixo das expectativas iniciais de 10.000. Além disso, o terceiro poço conseguiu apenas uma produção de 3.800 barris diários.

Dívida

Segundo a S&P, a OGX irá permanecer bastante alavancada até 2015, quando a dívida recuaria rapidamente como resultado do aumento da produção. Até lá, as analistas estimam que a empresa precisaria de fontes adicionais de caixa para manter os investimentos atuais.

Uma das opções seria a opção de venda (put) de até 1 bilhão de dólares a ser exercida contra o controlador Eike Batista. Outra alternativa seria a cessão parcial (farm-out) de alguns ativos. 

"Isso ocorre porque não esperamos que a produção de 2014 gere fluxos de caixa operacionais suficientes para continuar financiando investimentos e pagamentos de juros", afirmam Renata e Fabiola.



FONTE: http://exame.abril.com.br/mercados/noticias/s-p-rebaixa-ogx-por-atrasos-na-producao-e-aumento-nos-custos