Ainda que eu seja longe de ser especialista de mercado, ou que sequer tenha a pretensão de entender todos os meandros do cassino financeiro que o mercado de ações na prática é, tenho acompanhado com algum interesse as explicações dos que entendem da matéria sobre as idas e vindas das ações das empresas da franquia "X".
A última matéria que trata do aumento de 500% das vendas a descoberto das ações da OG(X) foi produzido pela Bloomberg (Aqui!). Nas palavras de um analista entrevistado a situação da OG(X) é um "bit uncomfortable" que em bom português quer dizer que é "um "pouco" desconfortável". Na prática, a jogatina em torno das ações da OG(X) implica numa aposta de que as ações ainda vão cair mais antes de subir. E isto é feito por operadores menores que "emprestam" ações de grandes operadoras para então vendê-las, forçando uma baixa acentuada, cuja diferença de preços é incorporada por eles ao recomprar e retornar as ações desvalorizadas ao verdadeiro dono.
Assim, as boas notícias da semana passada no tocante ao desempenho das ações da petroleira de Eike Batista, à luz dessas análises, são fruto de um soluço especulativo contra as chances da OG(X) de se recuperar. Em outras palavras, o preço das ações aumentaram, mas o aumento é fictício e o valor pode beijar os mínimos históricos a qualquer momento.
Em face do que disse acima é que se explica porque neste momento estão ocorrendo milhares de demissões em empresas da franquia "X" sem que a imprensa se dê ao trabalho de informar isto. É que a situação de Eike Batista e suas empresas é tão frágil que mais má notícia só terá como produzir mais debandada ou, quando muito, apostas nas posições a descoberto. É que, em ambos os casos, o final pode ser trágico e caótico, já que se cria um inevitável clima de volatilidade nas empresas que são afetadas pelas vendas a descoberto.
Mas para Eike Batista a coisa não parece tão ruim já que o Maracanã recente e precariamente inaugurado deverá cair brevemente em suas mãos. Como sempre o Estado-mãe sabe a quem acudir.