sexta-feira, 26 de abril de 2013

Carlos Minc prepara a expansão desenfreada do Deserto Verde no Rio de Janeiro


O ex-ambientalista e atual (des) secretário estadual do Ambiente (?) não para de aprontar contra o ambiente que ele deveria estar protegendo.

Prova disso são as articulações que estão ocorrendo totalmente na surdina para praticamente liberar o plantio de monocultura de árvores nas regiões Noroeste e do Médio Paraíba, sem que haja, inclusive, a necessidade de Estudos de Impactos Ambientais para áreas de até 200-400 hectares. 

Vejam o relato que recebi de uma pessoa que participou ontem de uma reunião realizada na FIRJAN para discutir exatamente essa questão. O relato é claro e preocupante!


RELATO DE REUNIÃO NA FIRJAN SOBRE A EXPANSÃO DA MONOCULTURA DE ÁRVORES NO TERRITÓRIO FLUMINENSE


Estive ontem (25.04) nUM encontro promovido pela FIRJAN sobre "madeira". As notícias não são boas, posso adiantar que ontem aconteceu a redenção do setor com direito a lágrimas emocionadas do "promoter" Salazar Brandão.

Adianto que existe um decreto elaborado pelo Carlos Minc e seus parceiros na mão do governador Sérgio Cabral  que vai acabar com o licenciamento para os plantios até 200 ou 400 hectares (RH-IX e RH-X), ainda que em áreas contíguas.

Depois de uma rodada de muita lamentação dos empresários, Carlos Minc fez uma entrada triunfal no auditório, e liquidou as críticas dos empreendedores, apresentando o que chamou de "Mapa de Favorabilidades".

Neste mapa a SEA indica territórios que são de "alta", "média" e "baixa" "favorabilidade" para a silvicultura, sugerindo 1,3 milhão de hectares propícios especialmente no Noroeste Fluminense e no Médio Paraíba. 

A SEA criou o conceito "Distrito Florestal" localizando o risco ambiental nestas áreas. Produtores que excederem plantios de 400 hectares poderão se unir para confeccionar um EIA RIMA único e simplificado.

Carlos Minc afirmou que o ambiente agora é amigável, e que não existe mais polêmica ou resistência de ambientalistas em torno do Deserto Verde.

O consultor da FIRJAN exultou, atribuindo o "preconceito" das pessoas com a silvicultura a "traumas infantis provocados por histórias da "Branca de Neve" ou "Chapeuzinho Vermelho", que teriam modelado nas crianças a ideia de que floresta é uma coisa ruim".

Para a FIRJAN, SEA e Diálogo Florestal, a entrada da silvicultura no território fluminense será a "pedagogia da economia verde no campo".

Tudo foi tratado abertamente e sem crítica.  As prefeituras deverão fornecer as mudas, e a proposta do governo do estado é plantar 120 mil hectares em 7 anos. Segundo o secretário estadual de Desenvolvimento Estadual, Julio Bueno, a produção para celulose está afastada, e o modelo é o de multidestinação: MDF, combustível para aeronaves, material para caldeira e alto forno.

A RADV foi acusada de ter atrapalhado os negócios, por ter gerado um ambiente não amigável para as empresas. Quando o Minc disse que a RADV estava neutralizada, o Antônio Salazar Brandão brincou, disse que estava tão emocionado que ia até chorar."