quinta-feira, 11 de abril de 2013

Trabalhadores continuam em greve em hidrelétricas Jirau e Santo Antônio


(Reuters) - A greve de trabalhadores das usinas do rio Madeira, Santo Antônio e Jirau, completa mais uma semana, enquanto em Belo Monte as atividades voltaram à normalidade nesta quinta-feira, segundo consórcios construtores.

Em Jirau e Santo Antônio, localizadas em Rondônia, os trabalhadores pedem reajuste de 18 por cento nos salários. Eles entraram em greve na terça-feira da semana passada após rejeitarem a proposta de reajuste salarial de 10 por cento e reajuste de cerca de 15 por cento no valor destinado à cesta básica.

Segundo representante do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil de Rondônia (Sticcero) Raimundo Enelson, há previsão de uma assembleia com trabalhadores de Jirau e Santo Antônio na sexta-feira.

A greve atinge cerca de 13 mil funcionários em cada uma das hidrelétrica do Madeira. As duas usinas estão entre os principais projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Santo Antônio terá potência total de 3.150 megawatts (MW) e Jirau, de 3.750 MW, quando estiverem totalmente concluídas. A hidrelétrica Santo Antônio já tem 12 turbinas em operação, no total de 852,5 MW de capacidade instalada.

O consórcio responsável pela usina de Santo Antônio é o Santo Antônio Energia, formado por Eletrobras Furnas, Caixa Fip Amazônia Energia, Odebrecht Energia, Andrade Gutierrez, Cemig.

Já a usina de Jirau é de responsabilidade da empresa Energia Sustentável do Brasil, formado por GDF Suez, Eletrosul e Chesf.

BELO MONTE

As atividades na hidrelétrica Belo Monte funcionavam normalmente nesta quinta-feira, depois que cerca de 150 cruzaram os braços na sexta-feira passada, segundo o Consórcio Construtor Belo Monte.

A paralisação afetou atividades de 1.500 a 2 mil trabalhadores na usina, no qual atuam atualmente 22 mil funcionários, e foi motivada pela Central Sindical e Popular Conlutas. 

A Conlutas lista 35 reivindicações que foram entregues ao Consórcio Constutor Belo Monte (CCBM), entre elas 40 por cento de adicional por confinamento a desfiliação geral e Sintrapav (sindicato que atualmente representa os trabalhadores da usina) e equiparação salariais.

A Conlutas diz ainda que houve desaparecimento de um operário da usina e que há repressão pela Força Nacional contra os trabalhadores em greve.

O CCBM não negocia com a Conlutas por não ser o sindicato oficial dos trabalhadores.

O líder sindical da Conlutas Walter Silva Santos disse que o CCBM demitiu centenas de funcionários que entraram em greve. O CCBM disse, por sua vez, afirmou que não houve demissão em massa, apenas demissões e contratações de rotina na obra.

O diretor do Sintrapav (Sindicato dos Trabalhadores de Construção Pesada do Pará), Weubio Cesar, disse que o sindicato repudia o movimento liderado pela Conlutas.

A hidrelétrica Belo Monte é um empreendimento da Norte Energia, empresa que tem entre os acionistas a Eletrobras, os fundos Petros e Funcef, Neoenergia, Cemig e Light. A expectativa é de que a usina entre em operação em 2015 e tenha cerca de 11 mil megawatts (MW) quando estiver totalmente concluída.

(Por Anna Flávia Rochas; Edição de Alexandre Cavern