Um ano atrás, o empresário brasileiro era retratado pela publicação como
"Eike Xiaoping", símbolo do Brasil que não se envergonhava de
enriquecer; agora que a fortuna encolheu, o caso de amor pode parar nos
tribunais; indignado com reportagem deste fim de semana, Eike promete recorrer
à justiça contra "mentira de Veja"; na revista, ele conta apenas com
o apoio do colunista Lauro Jardim, que continua a soprar suas velas
247 - Eike Batista
e a revista Veja já viveram dias melhores. Um ano atrás, ele estava na capa da
revista, retratado como "Eike Xiaoping", com direito até a editorial
do diretor de Redação, Eurípedes Alcântara. Eike era o símbolo do Brasil
empreendedor, que não se envergonhava da própria riqueza. Agora, o caso de amor
pode parar nos tribunais.
O motivo é uma reportagem deste fim de semana, assinada pela jornalista
Malu Gaspar. Nela, a publicação retrata a queda na fortuna de Eike, de R$ 98,1
bilhões para R$ 15,8 bilhões e aponta riscos para a sobrevivência do grupo EBX,
altamente endividado e com ativos de qualidade duvidosa. Segundo Veja, o maior
credor seria o BNDES, com uma exposição de R$ 10 bilhões, seguido pelo Itaú,
com R$ 5,5 bilhões.
De acordo com o texto, o resgate de Eike passa diretamente pelo governo
federal, com a boia que está sendo lançada pela Petrobras, comandada por Graça
Foster, que estuda ser cliente do Porto do Açu, no Rio de Janeiro. Veja conclui
o texto dizendo que "Eike sairá desta muito menor do que já foi".
E foi isso que fez com o bilionário demonstrasse sua indignação pelo
Twitter. Num dos tweets, ele afirma: "Mentira da Veja de hoje! Exposição
de risco de 10Bi de Reais com o BNDES. Número real= 109 milhões de Reais de
exposição com o grupo EBX!". Ele afirma ainda ter mandado os números para
a publicação e diz que exigirá retratação no mesmo espaço e tamanho. Eike
contesta ainda informação publicada na semana anterior, dando conta que seu
porto no Rio corria o risco de afundar, por ter sido mal construído. (Detalhe:
o porto construído no Amapá afundou).
Em Veja, Eike ao menos pode contar com a solidariedade de seu fiel
escudeiro Lauro Jardim. O titular da coluna Radar informa que Eike está prestes
a vender participação de um bloco de petróleo para a empresa da Malásia
Petronas, em mais uma tentativa de soprar as velas de um barco à deriva.