domingo, 14 de abril de 2013

Briga de cachorro grande: pelo twitter, Eike Batista ameaça processar Veja





Um ano atrás, o empresário brasileiro era retratado pela publicação como "Eike Xiaoping", símbolo do Brasil que não se envergonhava de enriquecer; agora que a fortuna encolheu, o caso de amor pode parar nos tribunais; indignado com reportagem deste fim de semana, Eike promete recorrer à justiça contra "mentira de Veja"; na revista, ele conta apenas com o apoio do colunista Lauro Jardim, que continua a soprar suas velas


247 - Eike Batista e a revista Veja já viveram dias melhores. Um ano atrás, ele estava na capa da revista, retratado como "Eike Xiaoping", com direito até a editorial do diretor de Redação, Eurípedes Alcântara. Eike era o símbolo do Brasil empreendedor, que não se envergonhava da própria riqueza. Agora, o caso de amor pode parar nos tribunais.

O motivo é uma reportagem deste fim de semana, assinada pela jornalista Malu Gaspar. Nela, a publicação retrata a queda na fortuna de Eike, de R$ 98,1 bilhões para R$ 15,8 bilhões e aponta riscos para a sobrevivência do grupo EBX, altamente endividado e com ativos de qualidade duvidosa. Segundo Veja, o maior credor seria o BNDES, com uma exposição de R$ 10 bilhões, seguido pelo Itaú, com R$ 5,5 bilhões.
De acordo com o texto, o resgate de Eike passa diretamente pelo governo federal, com a boia que está sendo lançada pela Petrobras, comandada por Graça Foster, que estuda ser cliente do Porto do Açu, no Rio de Janeiro. Veja conclui o texto dizendo que "Eike sairá desta muito menor do que já foi".
E foi isso que fez com o bilionário demonstrasse sua indignação pelo Twitter. Num dos tweets, ele afirma: "Mentira da Veja de hoje! Exposição de risco de 10Bi de Reais com o BNDES. Número real= 109 milhões de Reais de exposição com o grupo EBX!". Ele afirma ainda ter mandado os números para a publicação e diz que exigirá retratação no mesmo espaço e tamanho. Eike contesta ainda informação publicada na semana anterior, dando conta que seu porto no Rio corria o risco de afundar, por ter sido mal construído. (Detalhe: o porto construído no Amapá afundou).
Em Veja, Eike ao menos pode contar com a solidariedade de seu fiel escudeiro Lauro Jardim. O titular da coluna Radar informa que Eike está prestes a vender participação de um bloco de petróleo para a empresa da Malásia Petronas, em mais uma tentativa de soprar as velas de um barco à deriva.