terça-feira, 16 de abril de 2013

BRASIL 247: Eike deve ao BNDES 735% a mais do que admite




Quebradeira das empresas X está virando vexame para o, segundo a revista Veja, exemplar capitalista; no Twiter, onde escreve sem contestação, Eike Batista registrou que exposição do BNDES ao Grupo EBX seria de apenas R$ 109 milhões; pressionado pela imprensa, presidente Luciano Coutinho abriu os números verdadeiros da conta pendurada pelo empresário no banco de fomento: R$ 9,1 bilhões; diferença é de 735%; BTG Pactual, de André Esteves, que assessora Eike, vai segurar essa barra?

Marco Damiani _247 _As hipóteses para a diferença de 735% entre o que Eike Batista acha que deve ao BNDES e o que ele verdadeiramente tem em aberto no banco de fomento são várias. O empresário estaria com dificuldades em matemática simples. Teve um lapso de memória. Assinou pedidos de empréstimos sem saber ao certo o dinheiro que estava contratando. E outras do mesmo nível. A mais plausível, porém, é a de que, com sua mania de grandeza e cacoete para criar factóides, Eike divulgou, propositadamente, uma dívida relativamente pequena sabendo, sim, que deve a maior -- muito maior.
Em lugar os R$ 109 milhões que o empresário admitiu ontem pelo Twiter como pendurados no BNDES, o presidente do banco mostrou oficialmente, em entrevista coletiva, que a dívida da EBX na instituição é de contados R$ 9,1 bilhões. A informação foi dada durante a apresentação do balanço de desembolsos do banco no primeiro trimestre.
Coutinho fez questão de afirmar que não está preocupado com uma eventual ausência de capacidade de pagamento por parte do grupo EBX. "O banco está tranquilo em relação ao grupo [EBX] e aguarda desdobramentos de processos que estão em curso entre o assessor financeiro da empresa e o grupo", disse, referindo-se, veladamente, ao contrato assinado por Eike com o BTG Pactual, de André Esteves.
Dos R$ 9,1 bilhões devidos pelo EBX ao BNDES, R$ 3,8 bilhões foram contratados em 2009. No ano passado, o grupo tomou emprestados mais R$ 2,7 bilhões na instituição. Segundo o BNDES, uma grande operação foi dirigida à termelétrica de Pecém, da MPX, no Ceará: R$ 1,4 bilhão. Outra é o financiamento de R$ 1,3 bilhão para a LLX, que constrói atualmente o Porto de Açu, no Estado do Rio de Janeiro.