Quebradeira das
empresas X está virando vexame para o, segundo a revista Veja, exemplar
capitalista; no Twiter, onde escreve sem contestação, Eike Batista registrou
que exposição do BNDES ao Grupo EBX seria de apenas R$ 109 milhões; pressionado
pela imprensa, presidente Luciano Coutinho abriu os números verdadeiros da
conta pendurada pelo empresário no banco de fomento: R$ 9,1 bilhões; diferença
é de 735%; BTG Pactual, de André Esteves, que assessora Eike, vai segurar essa
barra?
Marco Damiani _247 _As
hipóteses para a diferença de 735% entre o que Eike Batista acha que deve ao
BNDES e o que ele verdadeiramente tem em aberto no banco de fomento são várias.
O empresário estaria com dificuldades em matemática simples. Teve um lapso de memória.
Assinou pedidos de empréstimos sem saber ao certo o dinheiro que estava
contratando. E outras do mesmo nível. A mais plausível, porém, é a de que, com
sua mania de grandeza e cacoete para criar factóides, Eike divulgou,
propositadamente, uma dívida relativamente pequena sabendo, sim, que deve a
maior -- muito maior.
Em lugar os R$ 109
milhões que o empresário admitiu ontem pelo Twiter como pendurados no BNDES, o
presidente do banco mostrou oficialmente, em entrevista coletiva, que a dívida
da EBX na instituição é de contados R$ 9,1 bilhões. A informação foi dada
durante a apresentação do balanço de desembolsos do banco no primeiro
trimestre.
Coutinho fez questão
de afirmar que não está preocupado com uma eventual ausência de capacidade de
pagamento por parte do grupo EBX. "O banco está tranquilo em relação ao
grupo [EBX] e aguarda desdobramentos de processos que estão em curso entre o
assessor financeiro da empresa e o grupo", disse, referindo-se,
veladamente, ao contrato assinado por Eike com o BTG Pactual, de André Esteves.
Dos R$ 9,1 bilhões
devidos pelo EBX ao BNDES, R$ 3,8 bilhões foram contratados em 2009. No ano
passado, o grupo tomou emprestados mais R$ 2,7 bilhões na instituição. Segundo
o BNDES, uma grande operação foi dirigida à termelétrica de Pecém, da MPX, no
Ceará: R$ 1,4 bilhão. Outra é o financiamento de R$ 1,3 bilhão para a LLX, que
constrói atualmente o Porto de Açu, no Estado do Rio de Janeiro.