Durante a conferência sobre Terra e Pobreza que estou participando no Banco Mundial, um tema recorrente tem sido o problema da concentração de terras em diferentes partes da África. Em especial, várias apresentações tocaram nos problemas que estão surgindo em Moçambique no âmbito do chamado Projeto ProSavana (Aqui!).
É que ao contrário do que aconteceu no centro-oeste brasileiro onde o latifúndio encontrou um vazio habitacional e se aproveitou disso para desmatar o cerrado em uma velocidade espetacular, a região onde o ProSavana está sendo implementado é bastante populoso. Como os brasileiros estão chegando lá basicamente chutando a porta, os moçambicanos estão começando a ver que a parceria não é lá assim tão interessante. Como o projeto também envolve a participação do Japão, e os japoneses normalmente são avessos a problemas em seus projetos, há uma chance muito grande de que o sonho de uma nova corrida de terras para o plantio de soja em grandes extensões vai sofrer sérios contratempos Aqui!.
Alguém precisa avisar ao pessoal da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) que em Moçambique, Kátia Abreu não é tão amiga do presidente como é de Dilma Rousseff.