por Altamiro Borges, no seu blog
Os operários da hidrelétrica de Jirau, em Rondônia, que entraram em greve na semana passada por melhores salários e condições de trabalho, estão sendo vítimas de brutal e implacável perseguição. A mídia os trata como “bandidos” e o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) decretou a ilegalidade do movimento. Apesar do cerco, em assembleia realizada na sexta-feira (16), os peões decidiram manter a greve.
O TRT ordenou o retorno imediato ao trabalho e fixou multa diária de R$ 200 mil para o Sindicato dos Empregados da Construção Civil do Estado de Rondônia no caso do descumprimento da sentença. As reivindicações dos operários – entre elas, aumento de 30% nos salários, cinco dias de folga a cada 70 dias trabalhados e plano de saúde – sequer foram consideradas pela “Justiça”.
Arrogância da Camargo Corrêa
Além do Judiciário, o governo estadual também faz terrorismo contra os grevistas. A Secretaria de Segurança de Rondônia pediu, inclusive, à presidenta Dilma o envio de soldados da Força Nacional para “evitar distúrbios”. O clima no canteiro de obras da usina de Jirau é de forte tensão e pode resultar em violentos confrontos – a exemplo do que ocorreu em março do ano passado.
Amparada pelo Judiciário, pelo governo estadual e pela mídia patronal, a bilionária Camargo Corrêa, responsável pela construção, ainda provoca os grevistas. Em comunicado, ela afirmou que a greve é culpa “de um pequeno grupo de agitadores”, disse que as condições de trabalho são excelentes e ainda pediu a imediata ilegalidade do movimento. Pura arrogância patronal!
Os 15 mil peões da Camargo Corrêa que cruzaram os braços criticam exatamente as péssimas condições de trabalho e os míseros salários. A greve teve início numa das empresas terceirizadas, Enesa, e ganhou a adesão dos operários da poderosa empreiteira. Segundo a direção estadual da CUT, as condições de trabalho na obras da hidrelétrica de Jirau são desumanas, degradantes e inseguras.