O Dia Internacional da Mulher, como tantas outras datas, tem sido reduzido a mais uma celebração do consumo e, assim, higienizada ideologicamente pelos patrões. Para evitar este tipo de distorção inerente ao Capitalismo, há que se lembrar a origem da data. No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada em Nova Iorque, fizeram uma greve.
As operárias ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.
A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.
Após 143 anos, as mulheres enfrentam basicamente os mesmos desafios e injustiças porque a maioria continua enfrentando uma dupla jornada com salários inferiores e sem muitos direitos garantidos aos homens. Assim, ainda que 8 de março agora tenha sido assimilado até pelos patrões, muita coisa ainda permanece por ser combatida e transformada.
Deste modo, mais do que nunca é preciso reconhecer não apenas a origem da data, mas também o fato de que a luta pela igualdade de direitos entre mulheres e homens é uma parte fundamental da luta por uma sociedade mais justa e fraterna.
