AS MINHAS OBSERVAÇÕES SOBRE A GREVE NO AÇU E O DESCONFORTO QUE CAUSARAM EM ALGUMAS LIDERANÇAS SINDICAIS
Hoje tive a oportunidade de receber um raro retorno face-a-face sobre uma das minhas postagens aqui neste blog sobre os meus comentários sobre a clivagem que ocorreu entre a direção do sindicato que, em tese, representa os interesses dos trabalhadores das obras do Porto Açu e os próprios trabalhadores que decidiram ignorar um acordo inicial feito em nome deles com as empreiteiras.
Segundo o meu interlocutor, lideranças sindicais aqui do norte fluminense teriam visto minhas observações como prova de uma súbita incoerência de minha parte em relação ao passado, quando eu teria sido "coerente".
Bom, como não mudei as minhas idéias recentemente, creio que esta desilusão advém primeiramente de um desconhecimento do que eu entendo ser coerência. Por outro lado, a greve que ocorreu nas obras do Porto do Açu, e que segundo o próprio sindicato o pegou de "surpresa" é um sintoma das possíveis mudanças que ocorrerão na base sindical de muitos sindicatos que hoje operam numa rede debaixo de um coqueiro bebendo tranquilamente dos frutos caídos no chão. Em outras palavras, essa nova classe trabalhadora que está chegando no norte fluminense parece ser mais combativa e organizada, e não se deixa dobrar nem pelas direções sindicais locais, a maioria delas muito mal acostumadas com a falta de uma tradição luta de sua base.
Bom, pelo menos uma coisa boa pode ser associada ao mega-empreendimento que Eike Batista constrói com generosas quantias tiradas do Fundo de Apoio ao Trabalhador (FAT) que abastece os cofres do BNDES.