quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

O (des) governo Cabral e sua guerra contra a UENF


A decisão dos professores da UENF de encerrar temporariamente a greve em curso na instituição se deve menos a uma sensação de derrota, e mais por uma opção de não manter a universidade paralisada durante o recesso da ALERJ que, incrivelmente, é hoje o único canal de diálogo existente com o (des) governo de Sérgio Cabral.

Agora é importante notar que ao contrário do que parece pensar o aparentemente onipotente (des) secretário estadual de Planejamento e Gestão, Sr. Sérgio Ruy Pereira, a opção de endurecer com o sindicato dos professores e com a reitoria da UENF não vai resolver nada. Pelo contrário, o que Sérgio Ruy está armando para si mesmo é um contínuo processo de desgaste, visto que o retorno às aulas apenas vai deixar ainda mais claramente os efeitos da política de sucateamento em curso.

Na prática, a situação de diminuição do financiamento da UENF já atingiu partes vitais, como é o caso dos cursos de graduação, onde os baixos salários dos professores está impedindo a atração de novos profissionais para substituir aqueles que já deixaram a universidade em troca de melhores salários nas universidades estaduais. Assim, cresce o número de professores contratados em caráter precário, muitos desprovidos do requisito básico para ensinar na UENF, que é o título de doutor. 

Mas a disposição do (des) governo Cabral de torpedear a UENF vai ficar ainda mais claro em 2013 já que o orçamento aprovado pela ALERJ deverá ser cerca de 8% do que o de 2012, com o risco ainda de ter uma parcela contingenciada logo após a publicação do orçamento no Diário Oficial no início de 2013.

A questão, portanto, é de como a comunidade universitária e a população do Norte Fluminense vão se comportar frente à esta política de destruição em massa de uma instituição que acaba de se destacar como a melhor universidade pública do Rio de Janeiro na avaliação dos cursos que é feita pelo Ministério de Educação e Cultura. 

De qualquer maneira, a grande chance é que a arrogância e a indisposição para o diálogo ainda vão render muita dor de cabeça ao (des) governador Cabral e aos (des) secretários arrogantes, começando pelo Sr. Sérgio Ruy.