terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Comissão de Valores Mobiliários (CVM) investiga alta atípica de ações de Eike

DENISE LUNA
DO RIO


A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) está investigando as negociações feitas anteontem com as ações do grupo EBX, do empresário Eike Batista.

Nesse dia, as ações subiram em função de rumores sobre uma possível compra de participações pelo BNDESPar, braço do BNDES para aquisição de ações.

Após sucessivas quedas por conta de más notícias sobre empresas do grupo, as ações dispararam na Bovespa no pregão de segunda, pela expectativa do novo sócio.

A maior alta foi obtida pela OGX (8,8%), seguida pela LLX (6,8%), pela MMX (3,9%), pela MPX (3,9%) e, em menor escala, pela OSX (0,4%).

A investigação da CVM nesses casos é rotineira, segundo o ex-presidente da autarquia Leonardo Cantidiano, já que é seu dever monitorar negociações fora da curva.

Quando existe algum fundamento, a CVM abre um inquérito para apurar as responsabilidades e questiona os envolvidos.

"Se há uma suspeita de vazamento de informação privilegiada, a CVM tem um sistema que indica se a negociação superou para mais ou para menos a média normal de negociação e investiga", explicou Cantidiano.

Ele lembra que no passado houve uma investigação semelhante por causa do vazamento de uma informação, depois não confirmada, a respeito da contratação da Lightpar, fruto da cisão da Light na privatização, pela Eletrobras, para usar as linhas de transmissão de energia para transmitir dados.

Se for comprovado, no caso do grupo EBX, que não houve informação privilegiada, o processo será arquivado, o que ocorre com 90% dos casos, segundo uma fonte ouvida pela Folha.

Pelas regras do mercado, se estiver realmente ocorrendo uma negociação, mesmo que preliminar, a empresa terá que divulgar um fato relevante com essa informação.

Em nota à imprensa, tanto o BNDESPar como a EBX negaram que estejam negociando no momento, mas ambas afirmaram que "sempre estão avaliando oportunidades".