domingo, 11 de novembro de 2012

ESPECULAÇÃO E NÃO SIDERÚRGICAS GUIAM EXPROPRIAÇÃO DE TERRAS NO AÇU

Abaixo segue três notas tiradas da coluna dominical do jornalista Saulo Pessanha na Folha da Manhã. Estas notas trazem trechos de uma agora famosa entrevista que o bilionário Eike Batista deu ao Jornal Folha de São Paulo



Então agora que Eike não veio a público se desmentir em relação a que ele mesmo teria declarado, passemos a analisar o conteúdo das declarações:

1. Eike Batista realmente mantem 72,5% do seu patrimônio no exterior! Isso depois de conseguir só em dois empreendimentos quase R$ 8 bilhões de financiamento do governo federal!

2. O Complexo Industrial-Portuário do Açu não deverá se materializar, passando o porto e o estaleiro a atenderem a indústria do petróleo unicamente. Isto se o Pré-Sal sair da fase do plano para a operação.  Mas como quase todas as empresas da franquia "X" ainda são pré-operacionais, não vai ser isto que tirará o sono de Eike Batista.

3. Eike Batista já deu adeus ao plano de construir siderúrgicas no Açu. Tanto que entre ganhar milhões com aluguel de terras e construir uma siderúrgica, ele claramente aposta na primeira opção. De quebra, manda seu próprio projeto de duas siderúrgicas ir se danar.

Mas o que se depreende disto tudo? Bom, não precisaria ser nenhum Einstein para saber que todas aquelas placas espalhadas no V Distrito de São João da Barra reservando terras tomadas de agricultores familiares para supostas siderúrgicas são a mais pura conversa fiada. Aliás, conversa de  especulador financeiro.

De quebra, estas declarações, que repito não foram condenadas à danação por Eike Batista como o foram as duas supostas siderúrgicas, revela a verdadeira face deste empreendimento. Agora, o que deve ser cobrado é a imediata suspensão dos efeitos dos quatro decretos de desapropriação emitidos pelo governo do estado do Rio de Janeiro. Afinal de contas, se  o motivo que levou à publicação destes decretos foi enviado à danação por Eike Batista, como se justifica a continuidade da expulsão de centenas de famílias das terras onde vivem e trabalham há várias gerações? Ah, sim, especulação financeira com a terra dos outros!