sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

MATÉRIA DA FOLHA DE SÃO PAULO ILUSTRA AINDA MAIS O PAPEL DO GOVERNO CABRAL DE AGENTE IMOBILIÁRIO DE EIKE BATISTA



A matéria colocada mais abaixo. foi publicada pelo Jornal Folha de São Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1036949-pm-atua-em-reintegracao-em-area-de-eike-batista-no-rio.shtml) é tão ilustrativo quanto a matéria da Folha da Manhã que foi citada anteriormente aqui neste blog.

Tal como a Folha da Manhã já havia feito, a Folha de São Paulo escancara as relações promíscuas entre o governo Cabral e Eike Batista logo no título da matéria: 

PM atua em reintegração em área de Eike Batista no Rio

Mas a coisa fica ainda melhor! Vejamos o que escreve a repórter Denise Luna, enviada especial da Folha da Manhã a São Jõao da Barra:

Vários imóveis na região foram desapropriados pela Codin para a construção de um distrito industrial e do porto do Açu, do grupo EBX, do empresário Eike Batista. O pagamento das indenizações foi feito pela LLX, braço de logística do grupo EBX. Segundo a Codin, a empresa antecipou o dinheiro para o órgão estadual. De acordo com a oficial de Justiça Mariana Lacerda, a LLX conseguiu uma liminar para reintegração de posse que começou a ser cumprida às 5h e terminou às 11h30. Houve protesto dos moradores, que foram ameaçados de prisão caso não saíssem.


Quais são as revelações mais interessantes? Vejamos por ordem:

1. que o pagamento das desapropriações está sendo feito pela LLX que "antecipou" o dinheiro das indenizações para a CODIN! 

2. a liminar foi obtida pela LLX, e não pela CODIN!

3. a reintegração de posse começou a ser cumprida às 5:00 da madrugada, inclusive com o uso de forças policiais e de SEGURANÇAS PRIVADOS!


Como a proprietária oficial de justiça reconheceu à reportagem do Ururau (ururau.com.br), que as estimativas feitas para pagar a desapropriação "esqueceram" de incluir determinadas estruturas no terreno desapropriado, mas que "correções" seriam feitas.

O fato é que se a LLX já pagou à CODIN, a proprietária do terreno expropriado não queria sair de casa por até agora não ter visto a cor do dinheiro. Então, com quem está o dinheiro que a LLX diz ter repassado para a CODIN? Além do mais, se a LLX já pagou as desapropriações à CODIN e existem erros na avalição do terreno expropriado, quem vai pagar a diferença? A viúva?

Mas o mais impressionante é que se reconhece publicamente que a LLX está repassando recursos para que o Estado do Rio de Janeiro pague as desapropriações. Como Eike Batista não é conhecido por seu magnânimo com os pobres, o que está por detrás deste repasse? A resposta só não pode ser que o Tesouro Estadual não possui recursos para financiar a CODIN!

E sobre o horário do início da reintegração ser às 05:00 da madrugada, será que a própria oficial de justiça não sabia que o Código de Processo Civil determina que as diligências ocorram no horário das 06 horas da manhã até as 20 horas, de segunda a sábado, conforme estabelece no artigo 172 do CPC? Aliás, já que estamos falando em Código de Processo Civil seria bom que os representantes do Ministério Público Federal e Estadual cobrassem explicações acerca deste suposto uso de SEGURANÇAS PRIVADOS em combinação de forças policiais e seguranças privados no cumprimento de mandados de segurança no V Distrito de São João da Barra, pois esta prática claramente contraria a lei.


Depois ainda vem o (des) secretário Júlio Bueno dizer que não sabe de nada. Olha, é muito cinismo!

PM atua em reintegração em área de Eike Batista no Rio

DENISE LUNA
ENVIADA ESPECIAL SÃO JOÃO DA BARRA 

Cerca de 50 policiais militares e alguns seguranças privados retiraram na manhã de ontem oito moradores de uma casa que havia sido desapropriada pela Codin (Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro) em Barra de São João, norte do Estado. 

Vários imóveis na região foram desapropriados pela Codin para a construção de um distrito industrial e do porto do Açu, do grupo EBX, do empresário Eike Batista.

O pagamento das indenizações foi feito pela LLX, braço de logística do grupo EBX. Segundo a Codin, a empresa antecipou o dinheiro para o órgão estadual.

De acordo com a oficial de Justiça Mariana Lacerda, a LLX conseguiu uma liminar para reintegração de posse que começou a ser cumprida às 5h e terminou às 11h30. Houve protesto dos moradores, que foram ameaçados de prisão caso não saíssem.

Oito pessoas foram retiradas da casa. Uma das moradoras, Maura Xavier Ribeiro, 48, disse que a polícia usou violência. "Bateram o pé na porta e tiraram todo mundo."

OUTRO LADO

Segundo a LLX, muitas indenizações foram depositadas em juízo porque a documentação estava irregular.

A LLX nega o uso de violência, mas admitiu que a família foi retirada com a ajuda de bombeiros. A empresa alega que a família não morava no local e só estava presente porque sabia da operação de reintegração.