sexta-feira, 10 de maio de 2013

Ururau - Funcionários da Acciona voltam para casa: 'Nem sei onde fica o Açu'



Vagner Basílio

Trabalhadores ficaram alojados no Farol, receberam, mas nunca trabalharam

Dezenas de funcionários da empresa Acciona, contratada pela OSX, empresa do grupo EBX para atuarem em um dos canteiros de obras do Superporto do Açu e estavam alojados em pelo menos duas pousadas no Farol de São Tomé, desembarcaram na tarde desta sexta-feira (10/05), em uma agência bancária no bairro da Lapa, em Campos.

Os trabalhadores, em sua grande maioria do estado do Maranhão, contaram que saíram de Farol no final da manhã desta sexta, em um ônibus fretado pela empresa e foram ao escritório da mesma darem baixa nos documentos. De lá vieram para Campos, onde chegaram por volta das 16h, onde segundo alguns funcionários, irão receber os últimos encargos. 

Os tramites estariam dentro da normalidade, não fosse o fato estranho de a maioria dos trabalhadores nunca terem exercido a função para qual foram contratados e muitos deles nunca terem sequer pisado no canteiro de obras, ou mesmo saber onde fica o Açu.

O carpinteiro Flávio Benise, contou que chegou em janeiro deste ano, vindo do Maranhão, mas nunca chegou a exercer a profissão. “Não sei por que nunca trabalhei. Eles me contrataram, me alojaram em uma pousada no Farol, me pagaram, mas eu nunca trabalhei”, relatou o maranhense.


Assim como Flávio, Antônio Castro Gomes também revelou nunca ter pisado em solo sanjoanense. “Nunca fui ao Açu, nem sei onde fica. Recebi meu pagamento, às vezes com atraso, as vezes em dia, mas recebi. Só ficou faltando o mês de abril que eles disseram que vai entrar na conta na segunda feira. Toda semana eles perguntavam quem se alguém queria ir embora, quem iria ficar. Eu até queria ficar, mas acabou que estou indo”, contou o servente que nem chegou a trabalhar e foi dispensado.


Dentre os entrevistados, somente o pedreiro Francisco da Silva conheceu e atuou nas obras do porto. “Vim do Maranhão em janeiro e trabalhei no mês de março e abril. Estou indo embora mas não tenho do que reclamar.”

Os trabalhadores estão sendo supervisionados por funcionários da Acciona, que não estavam autorizados a passar informações à imprensa. Eles disseram ainda que devem retornar de ônibus para o Maranhão, no final da tarde.