247 – O modelo de segurança pública do Rio de Janeiro está sendo colocado a prova – e não exatamente está se saindo bem. Dois tiroteios próximos à largada da corrida Caminhada da Paz, no Morro de Alemão, na manhã deste domingo 26, levantaram dúvidas sobre o real alcance da ocupação promovida pela Polícia Militar nas áreas de conflitos no Rio.
Nas regiões nobres, dados do Instituto de Segurança Pública mostraram que os furtos a turistas aumentaram 66,5% no início do ano. Em janeiro, houve 313 casos de ataques contra visitantes brasileiros e estrangeiros, contra 276 em janeiro do ano passado e 188 no ano anterior.
Às portas da Jornada Mundial da Juventude, em julho, com a visita do papa Francisco, o nível dos ataques a turistas é alto. Nada menos que onze foram roubados ou sequestrados nas últimas semanas, entre eles a turista americana estuprada dentro de uma van, a partir da Zona Sul. Na Zona Norte, houve outro estupro dias depois,dentro de um ônibus. Os suspeitos nos dois casos foram presos.
Além da visita do papa, quando a cidade deverá receber 3 milhões de turistas, o Rio tem pela frente a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, eventos que provocam desde já um aumento na entrada de visitantes.
Refugiadas na Baixa Fluminense, as facções do crime organizado voltam a fazer pressão pela retomada de morros estratégicos para a venda de drogas. Nessa hora, se o sistema de segurança comandado por Beltrame apresentar sinais de fadiga ou dar espaço para ações de terror como os tiroteios no Complexo do Alemão, uma guerra inteira poderá ser perdida.
As estatísticas mostram, no entanto, uma diminuição de 16,7% no número de roubos entre 2012 e 2013, na mesma época do ano. Em 2011, foram registrados 63 casos de roubos contra turistas, contra 84 em 2012 e 70 em 2013.