A matéria abaixo de autoria da jornalista Dimalice Nunes, do O ESTADO DE SÃO PAULO, que foi repercutida pela Revista Exame deveria ser lida com profunda atenção para todos aqueles que, no plano regional, jogaram suas fichas na construção do chamado "Complexo Industrial-Portuário do Açu".
E, apesar de não ser grande entendedor da linguagem usada pelo CEOs de grandes corporações, algumas palavras deverão tirar o sono dos que investiram suas esperanças nos negócios do Sr. Eike Batista. Essas palavras são "faseamento", "longo prazo", "leasing" e "readequação". É que elas todas juntas, indicam que a construção do estaleiro da OSX no Porto do Açu poderá passar por um processo de encolhimento e que sua finalização não deverá se dar tão rápido como alguns gostariam ou precisam.
E não custa nada lembrar que esse notícia joga por terra a noção vendida ao prefeito Neco de São João da Barra de que as coisas estariam normalizadas em 60 dias (na verdade agora são 52). Pelo que o Conselho de Administração da OS(X) parece ter apontado, as coisas estão sendo para o "longo prazo".
E agora o que dirão os "Eiketes" ou "Eike boys and girls"?
OSX anuncia plano de negócios de US$ 380 mi até 2014
Dentro desse plano, serão priorizados os projetos geradores de caixa da unidade de Leasing
Sergio Moraes/Reuters
Para a OGX, os resultados da 11ª Rodada de Licitação da ANP sinalizam perspectivas de crescimento para a companhia no longo prazo
São Paulo - A conselho de administração da OSX Brasil aprovou nesta sexta-feira a alteração do Plano de Negócios da Companhia, com o exercício parcial da put (opção de venda) no valor de US$ 120 milhões, permanecendo saldo de US$ 380 milhões, que poderá ser exercido até março de 2014.
Com o exercício da Put (datada de 16 de março de 2010 e aditado em 17 de outubro de 2012), será realizado aumento de capital da OSX totalizando US$ 120 milhões em maio de 2013, com a emissão de novas ações ordinárias da OSX, ao preço de emissão estipulado na Put, correspondente ao preço por ação apurado na Oferta Pública Inicial de Ações da Companhia corrigido pelo IGP-M/FGV.
Dentro desse plano, serão priorizados os projetos geradores de caixa da unidade de Leasing e o faseamento da obra de implantação do estaleiro, visando a conclusão da obra da fase inicial do estaleiro para atender a atual carteira de encomendas dos clientes.
"A retomada de futuras fases de construção do estaleiro deve ser compatível com a confirmação de novas perspectivas quanto a demanda da clientela e correspondente equacionamento econômico-financeiro", afirma fato relevante publicado nesta sexta.
Ainda segundo o texto, a atualização do plano de negócios da companhia leva em conta a conjuntura mercadológica para as unidades de negócios da companhia, a reconfiguração das necessidades de curto e médio prazo da cliente OGX, e a perspectiva econômico financeira do modelo de negócios original da companhia.
Açu
Segundo a companhia, como consequência da redução do ritmo de construção atual da UCN Açu, vários diálogos e iniciativas foram iniciadas pela subsidiária OSX Construção Naval S/A e continuarão em curso com clientes, financiadores, colaboradores, fornecedores e demais stakeholders, tendo em vista a necessidade de readequação do planejamento original ao novo faseamento.
A atual demanda confirmada do estaleiro é composta pela construção de um navio PLSV para a Sapura e a integração de duas FPSOs para a Petrobras, por meio de joint venture na qual a OSX tem 49%.
A empresa tem em vista o término dos contratos de construção de 11 MRs com a Kingfish, formalizado hoje pela OSX e a pendência de confirmação de especificações técnicas pela cliente OGX com relação a encomendas realizadas para construção no estaleiro do Açu.
No fato relevante, a companhia reafirma a sua percepção do valor estratégico do estaleiro, "que constitui uma infraestrutura imprescindível para atender a vasta demanda de conteúdo local existente no País, inclusive em decorrência do Pré-Sal." Para a empresa, as medidas adotadas preservam o objetivo de concluir a construção do estaleiro no longo prazo.
"Lamentamos que a conjuntura existente requeira, neste momento, a alteração de projetos pessoais e empresariais, que têm a nossa estima e respeito. Dada a relevância estratégica de uma infraestrutura dessa qualidade para o nosso País, certamente temos todos os motivos para acreditar na futura retomada da construção das próximas fases do estaleiro", afirma ainda a empresa.
Leasing e serviços
Além do FPSO OSX-1 já em fase operacional, a construção dos equipamentos principais da frota de produção de petróleo da OSX encontra-se em fase avançada em estaleiros internacionais e nacionais, em linha com os prazos informados. Vale destacar a atual fase final de construção (comissionamento) dos FPSOs OSX-2 (com 92,31% de execução física) e OSX-3 (com 91,71% de execução física).
Com isso, no final deste ano a frota de plataformas de produção de petróleo da OSX deverá estar composta por três FPSOs, constituindo assim uma das principais frotas desses equipamentos destinada à produção de petróleo no Brasil.
Para a empresa, os resultados da 11ª Rodada de Licitação da ANP sinalizam perspectivas de crescimento para a companhia no longo prazo.