sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Carlos Minc e a salinização do Açu: a montanha pariu um rato


A matéria mostrada abaixo publicada no Jornal Valor Econômico que é da autoria da jornalista Marta Nogueira mostra a reafirmação da velha máxima de que "de onde menos se espera é não sai nada mesmo".  Afinal, após procrastinar por mais de 15 dias o anúncio das medidas corretivas e punitivas que seriam tomadas pelo (des) governo do Rio de Janeiro contra o Grupo EBX por causa do processo de salinização causado no V Distrito de Sâo João da Barra, o (des) secretário Carlos Minc saiu-se com uma emenda que é pior que o rasgo.

Mas a parte das medidas completamente insuficientes para dar conta do fenômeno grave e persistente da salinização das águas e solos do V Distrito, vejamos o que foi dito de relevante por Carlos Minc:

"Segundo Minc, a companhia cometeu três infrações: a salinização das águas, a ausência de notificação da companhia para a secretaria sobre a salinização e a realização de uma obra para atenuar o problema, novamente sem comunicar a secretaria. Segundo o secretário, a realização de obras para atenuar o problema sem notificar a secretaria “dá impressão de que estava querendo esconder o problema”, disse Minc."

Essas afirmações de Minc colocam por terra (salgada é preciso frisar) todas as negativas liberadas pelo Grupo EBX de que sua atuação havia resultado num processo de salinização. Agora quem reconhece, mas toma medidas claramente insuficientes para punir e remediar o problema, é o próprio (des) governo estadual.

De quebra as revelações de Carlos Minc jogam água (que espero não seja salgada) no moinho criado pelas múltiplas ações judicais que estão sendo impetradas pelo Ministério Público Federal. E como resultado dessas ações é possível que Eike Batista e seu grupo econômico continuem a ser severamente punidos por um fiscal bem mais implacável de que o ex-ambientalista Carlos Minc se mostrou ser, o mercado de ações. Afinal, com estas revelações quem é que vai se arriscar a entrar num empreendimento com tamanho passivo social e ambiental?



RJ multa OSX em R$ 1,3 milhão por salinização no Porto do Açu

Por Marta Nogueira

Valor Econômico.
RIO - O secretário Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, afirmou nesta sexta-feira que a secretaria vai multar em R$ 1,3 milhão a OSX – empresa do Grupo EBX, do empresário Eike Batista - por eventos causados a partir da salinização de águas doces em canais e lagoas durante a construção do Porto do Açu, no Norte Fluminense (RJ).

Segundo Minc, a companhia cometeu três infrações: a salinização das águas, a ausência de notificação da companhia para a secretaria sobre a salinização e a realização de uma obra para atenuar o problema, novamente sem comunicar a secretaria. Segundo o secretário, a realização de obras para atenuar o problema sem notificar a secretaria “dá impressão de que estava querendo esconder o problema”, disse Minc.

Além da multa de R$ 1,3 milhão, a secretaria também impôs outras três determinações à OSX: a realização de obras de dragagem para escoamento da água salinizada para o mar, que deve custar cerca de R$ 1 milhão à companhia; o investimento de cerca de R$ 2 milhões em florestas da região, como compensação aos danos ambientais causados; e o pagamento de um valor ainda não definido aos produtores rurais locais impactados pela salinização.

Minc afirmou que a secretaria considerou como atenuante o fato de que as obras realizadas para atenuar o problema foram corretas, segundo o secretário. Minc explicou que as águas contaminadas geralmente apresentam média de 0,5 grama de sal por quilo de água. Por causa das obras realizadas no local pela empresa do Grupo EBX, segundo o secretário, essa média subiu para 2,2 grama/quilo.

(Marta Nogueira | Valor)

Fonte:  http://www.valor.com.br/empresas/2992678/rj-multa-osx-em-r-13-milhao-por-salinizacao-no-porto-do-acu#ixzz2JfQZwOUC