quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Revista Exame repercute matéria sobre "Carta do Açu"

Moradores protestam contra empreendimentos de Eike


Organizações denunciaram em carta impactos dos empreendimentos do Porto do Açu, da LLX, e do projeto Minas-Rio, da MMX

Antonio Pita, do


REUTERS/Ricardo Moraes
Construção do porto de Açu, do grupo EBX, do bilionário brasileiro Eike Batista, em São João da Barra

Rio - Vinte e quatro grupos e associações de moradores, pescadores e produtores rurais que afirmam ser afetados pelos empreendimentos de Eike Batista em Minas Gerais e no Rio de Janeiro divulgaram nesta quarta-feira, 11, uma carta com denúncias ao empresário. O documento, intitulado Carta do Açu, faz denúncias sobre os impactos dos empreendimentos do Porto do Açu, da LLX, e do projeto Minas-Rio, da MMX, nas comunidades de São João da Barra, no norte fluminense, e de Conceição de Mato Dentro, em Minas Gerais.

Segundo o documento, os atingidos se reuniram nos meses de maio e agosto em um "intercâmbio de resistências" para discutir os impactos dos projetos nas comunidades. O encontro teve a participação de pesquisadores do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), do Grupo de Estudos em Temáticas Ambientais da Universidade Federal de Minas Gerais (Gesta/UFMG), da Universidade Federal Fluminense em Campos dos Goytacazes e da Associação dos Produtores Rurais do Município de São João da Barra - Asprim.


Na carta, o grupo denuncia "inaceitáveis danos e violações de direitos" ocorridos nos municípios pelos empreendimentos. O grupo afirma que integrantes do movimento foram seguidos e monitorados por representantes da empresa e que o empreendimento tem mascarado os danos e impactos ambientais nos Estados de Minas e Rio.

"Não constam dos EIA-RIMAs os impactos conexos mina-mineroduto-porto e os efeitos do empreendimento no estado vizinho do Espírito Santo - área costeira, poluição, óleo, poluição sonora marinha, erosão do solo marinho", afirmam os grupos.

Ainda segundo os movimentos sociais, os responsáveis pelo empreendimento "recusam reconhecer a amplitude do universo de comunidades atingidas" e que os proprietários rurais nas regiões próximas aos empreendimentos sofreram "pressões e formas diversas de coação" e "despejos violentos". A carta também questiona os processos de reassentamento que estariam violando "a dignidade e o bem-estar de grupos vulneráveis".

Assinam a carta 24 movimentos sociais da região, como as associações Atingidos pelo Projeto Minas - Rio, o grupo Unidos por Conceição (Unicon), a Associação dos Produtores Rurais e Imóveis do Município de São João da Barra (Asprim), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), entre outros. O grupo afirma que o objetivo do documento é chamar "a sociedade brasileira a se indignar com essa situação de arbítrio, de modo a impedir a continuação de todos esses crimes".

Procurado, o grupo EBX informou que irá averiguar as denúncias para se manifestar sobre o assunto.