SÃO PAULO, 9 Set (Reuters) - O empresário Eike Batista questionou a validade do exercício da opção concedida por ele à petroleira OGX e que o obriga a injetar 1 bilhão de dólares na empresa, segundo comunicado divulgado nesta segunda-feira pela companhia.
De acordo com fato relevante divulgado pela OGX que traz correspondência de Eike à companhia, o empresário afirma que "ressalvo meus direitos (...) no sentido de questionar as circunstâncias, a forma, o conteúdo a validade e os demais aspectos legais do pretendido exercício da opção".
A OGX anunciou na sexta-feira que seu conselho de administração aprovou o exercício da opção, chamada de "put", em meio à situação de dificuldades de caixa da companhia.
A opção foi acertada em outubro de 2012 e pela qual o empresário deverá subscrever novas ações de emissão da OGX ao preço de 6,30 reais por papel, mais de 11 vezes o valor do ativo na bolsa.
No documento divulgado nesta segunda-feira, o empresário afirma que pretende abrir procedimento na Câmara de Arbitragem do Mercado se a disputa sobre o exercício da opção não for resolvida em 60 dias.
Analistas desconfiam da capacidade de Eike de honrar com o aporte total de 1 bilhão de dólares na OGX. Na semana passada, a revista Forbes calculou que o empresário deixou de ser bilionário, com fortuna estimada agora em 900 milhões de dólares.
No anúncio da decisão sobre o exercício da opção, a OGX informou que 100 milhões de dólares devem ser recebidos imediatamente, ficando o saldo a ser desembolsado por Eike à medida que a empresa precisar de caixa adicional.
A derrocada da OGX, que já foi considerada o ativo mais precioso do grupo de empresas de Eike, ganhou força após sucessivas frustrações com o nível de produção da petroleira. No início de julho, a companhia decidiu não seguir adiante com o desenvolvimento de algumas áreas na bacia de Campos antes consideradas promissoras.
Com situação crítica de caixa e fracasso em sua campanha exploratória até o momento, em agosto a OGX desistiu de adquirir nove dos 13 blocos que arrematou na última licitação de áreas de petróleo, evitando o pagamento de 280 milhões de reais ao governo por direitos exploratórios.
(Por Gustavo Bonato)