Davison Coutinho
Uma comunidade abandonada pelo poder público durante décadas, dominada pelo tráfico, sobre pressão e opressão por toda uma vida. De repente , surge o sonho de uma vida melhor: a instalação da unidade de policia pacificadora. A promessa é que seria de uma vida melhor, sem violência, tudo com objetivo da propagação da paz.
No entanto, em meio aos becos e vielas estavam acontecendo ameaças,opressões, espancamentos e torturas, como já foi denunciado pelo Jornal do Brasil durante as investigações do sumi?o do pedreiro Amarildo e neste domingo (22/9) foi tema de matéria do programa Fantástico.
Trabalhadores saindo para trabalhar e sendo coagidos, pessoas sendo consideradas como suspeitos e sendo tratadas como nenhum ser humano merece ser tratado. Moradores sendo abordados com choque no rosto, porrada, espancamento,sufocamento e spray de pimenta. Tudo isso porque depois de uma semana dura de trabalho costumam sair para as ruas para confraternizar com os amigos.
Não aguentamos mais opressão, esse povo precisa de libertação. Somos seres humanos, merecemos respeito. Chega de farsa, vamos ser realistas. Vamos dar um basta de tampar o sol com a peneira, não é impondo medo que vamos chegar a um lugar melhor.
Vale lembrar que a transformação e mudança vem antes de repreender, prender e matar. A mudança somente será concretizada através da educação, ninguém aprende nada com tapa na cara e sufocamento.
É essa a politica de pacificação tão inovadora do Governador Sérgio Cabral? É esse o caminho para transformação da cidade maravilhosa? É essa a comunidade modelo que a presidenta pediu ao Governador?
*Davison Coutinho, 23 anos, morador da Rocinha desde o nascimento. Formando em desenho industrial pela PUC-Rio, membro da comissão de moradores da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu, professor, escritor, designer e liderança comunitária na Comunidade, funcionário da PUC-Rio.