Carta Capital desaparece das bancas de Goiânia
Denúncias foram feitas pelos próprios leitores e por personalidades do mundo da política. Para jornalista, querem esconder a informação
Aline Scarso, da Redação
Denúncias foram feitas pelos próprios leitores e por personalidades do mundo da política. Para jornalista, querem esconder a informação
Aline Scarso, da Redação
Assim que chegou às bancas de Goiânia no dia 1º de abril com a reportagem assinada por Leandro Fortes O Crime domina Goiás, a revista Carta Capital não para de receber denúncias de que homens compraram aos montes a publicação e praticamente esgotaram a edição nos pontos de vendas da cidade. As denúncias foram feitas pelos próprios leitores e por personalidades do mundo da política.
“Em conversa com vários donos de banca, eles disseram que várias pessoas compraram revistas ao mesmo tempo. Isso aconteceu em Guaianápolis também. Não se sabe quem são as pessoas, mas elas usam carros sem placas para o serviço. Querem esconder a informação”, explica o jornalista Leandro Fortes.
A prática que lembra os hábitos de Antonio Carlos Magalhães na Bahia e de José Sarney no Maranhão, é definida como um acinte contra a população pelo jornalista. “Toda vez que a gente incomodava alguém antes da Internet, a maneira que existia para sonegar informação era comprando as revistas. Mas hoje com a Internet e redes sociais isso fica uma coisa patética. Pelo contrário, teve um efeito de marketing. Todo mundo ficou curioso em ler a reportagem”, pontua.
Leandro conta que cópias da reportagem têm sido vendidas pelas bancas pelo valor de R$ 5. Estudantes também xerocaram a matéria e distribuíram entre a população.
Para o juiz e membro da Associação Juízes para a Democracia, Marcelo Semer, há graves atentados à democracia no caso Cachoeira. “Um deles é tentar calar quem fala, como é com a Carta Capital. Qualquer tipo de censura e violência à imprensa é negativo. O outro ponto é a imprensa silenciar seletivamente seja por questão empresarial, ideológica ou partidária, como fez a Veja. Porque daí não se está fazendo jornalismo, mas publicidade”, pontua.