segunda-feira, 9 de setembro de 2013

O papel da vanguarda: atualidade e necessidade




O não entendimento do papel da vanguarda revolucionária normalmente leva à adaptação ao limites impostos pela ordem dominante. É esse não entendimento que marca a oscilação de muitos personagens que, embora dotados de doses variáveis de indignação contra essa mesma ordem, preferem viver o sono dos inocentes do que se lançar na construção de uma novo projeto de sociedade.


Como fui educado politicamente dentro dos termos elaborados pelo revolucionário russo, e fundador do Exército Vermelho, Leon Trotsky não me coloco entre aqueles que desdenham do papel da vanguarda. Apesar de não estar hoje inserido em nenhum agrupamento que busca contribuir para essa construção, acredito que sem uma vanguarda dotada de um programa revolucionária não há saída para a crise agônica em que o Capitalismo está enfiado neste momento. Uma coisa que me faz permanecer interessado na importância da construção de uma direção revolucionária é a atualidade do que escreverem os principais pensadores do materialismo histórico dialético a começar por Karl Marx e Friederich Engels. Basta ler os textos básicos desses dois monstros intelectuais para se ver que o seu pensamento continua atualissimo. 

Mas nada me deixa mais convencido da atualidade da vanguarda do que olhar a situação de profunda degeneração em que está metido o PT, partido que lamentavelmente eu ajudei a construir. O fato é que o PT abandonou o campo da esquerda para se constituir num partido que sustenta a ordem capitalista, em vez de colaborar, como prometia em sua fundação, para a construção de uma sociedade socialista.

Entretanto, como já coloquei aqui, o destino do PT é um problema daqueles que ainda estão lá em corpo ou espírito. Se tem gente que prefere se enganar com a dose amarga da governabilidade e fica abraçada com gente do quilate de Paulo Maluf, José Sarney, Renan Calheiros, Fernando Collor e Sérgio Cabral, eu desejo-lhes a maior sorte, pois vão precisar.



Agora, convenhamos, há que se ter pelo mens a delicadeza de assumir que abandonaram o campo da esquerda e a luta pela transformações estruturais que o Brasil precisa.  Afinal, muito faz quem não atrapalha e nem fica dando uma de Víuva Porcina (aquela que deixou sem nunca ter sido).