sexta-feira, 12 de abril de 2013

Marco Feliciano é "raposa" cuidando de galinheiro, diz Finnancial Times

Jornal britânico afirma que, no Brasil, comissões são muitas vezes entregues a “raposas”. O maior exemplo? Marco Feliciano, presidente da Comissão de Direitos Humanos


Marco Prates, de
José Cruz/ABr
Marco Feliciano preside a CDH da Câmara: um exemplo entre várias raposas no Congresso, segundo o Financial Times


São Paulo – O Congresso brasileiro é uma casa onde “a raposa frequentemente toma conta do galinheiro”. A afirmação é do britânico Financial Times. O maior exemplo, para o jornal, é o fato do presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, Marco Feliciano, ser também autor de declarações polêmicas relacionadas a negros e homossexuais. Mas o país oferece muito mais exemplos nessa seara, atesta o FT.

“Suspeitos de corrupção podem dominar o debate sobre impostos e finanças, agricultores e pecuaristas (fazem o mesmo) sobre meio ambiente e homens condenados por corrupção em questões de justiça”, diz o jornal.

O Financial Times se refere, respectivamente, ao presidente da Comissão de Finanças e Tributos, João Magalhães, que responde a acusações de corrupção no STF; a Blairo Maggi, o milionário “rei da soja”, que comanda a de Meio Ambiente; e, por último, a João Paulo Cunha e José Genoino, dois deputados condenados no julgamento do mensalão e membros da Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante de todas.

Embora as comissões no Brasil sirvam apenas para aprofundar a análise de projetos e debates públicos – mas não estabelecem o que o Congresso vai votar de fato – elas são prova dos “poderosos grupos de interesse” na política brasileira que muitas vezes são mais fortes que fronteiras partidárias.

Tantos grupos fazem com que a presidente Dilma Rousseff sofra para conseguir apoio, e mesmo assim, muitas vezes débil, dos partidos.

“Controvérsias como a de Feliciano não impedem as leis de passarem, mas pouco fazem para a já manchada reputação do Congresso entre os brasileiros”, diz trecho da matéria.

O pastor Marco Feliciano sai com a imagem bastante arranhado na reportagem, que menciona o episódio em que ele pede a senha do cartão de crédito a um fiel.

Em um aspecto, no entanto, a análise do periódico britânico parecem exageradas.

“Em um sinal positivo para a política brasileira, os seus dias (de Feliciano) podem estar contados com o crescimento da oposição contra ele dentro e fora do Congresso”, diz o texto, publicado na última quarta-feira.

As evidências nesta semana apontam o contrário: que depois de ter a corda praticamente no pescoço, Feliciano começa a se sentir confortável e seguro no posto.