domingo, 14 de abril de 2013

Frei Betto compara governo de Sérgio Cabral ao de Hitler


Teólogo critica defesa do aborto e política de saneamento e de repressão ao narcotráfico do governador do Rio


Marcelo Auler, do Estado


O teólogo frei Betto criticou duramente ontem o governador do Rio, Sergio Cabral, e propôs que ele inaugure uma estátua de Adolf Hitler, líder nazista alemão. A sugestão foi feita em entrevista no 6º Encontro Nacional de Fé e Política, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense. ao comentar a recente declaração do governador fluminense a favor de aborto como forma de reduzir o número de marginais nas favelas.

"O governador do Rio falou do aborto, falou que a Rocinha é fábrica de marginais e recusou-se a receber representante da ONU que está em visita ao Brasil. Acho que ele deveria inaugurar uma estátua de Hitler em praça pública, porque está havendo uma grande coincidência entre sua política de saneamento e de repressão ao narcotráfico com aquilo que fez o III Reich", disse.

O religioso também criticou a atuação da Polícia fluminense durante a gestão de Cabral. "Quando eu vejo que cerca de mil pessoas foram assassinadas pela reação policial, de janeiro para cá, isso para mim é um genocídio", disse, citando dados da Organização Não-Governamental (ONG) Rio de Paz. Frei Betto disse ser contrário a ações violentas por parte da Polícia, e considera que esse tipo de postura só conduz a uma piora de cenário.

"A bandidagem você não acaba com aquela receita que está no 'Tropa de Elite'(filme do diretor Antônio Padilha, sobre a Polícia fluminense): de que, para enfrentar o bandido, é preciso de uma polícia bandida. Assim nós vamos para barbárie", disse.