segunda-feira, 30 de julho de 2012

ESCALDADO PELAS QUEDAS MONSTRUOSAS DAS EMPRESAS DA FRANQUIA "X" SE MOVIMENTA PARA FECHAR O CAPITAL DA LL(X)



A matéria abaixo dá conta que Eike Batista resolveu fechar o capital da LL (X), a empresa da sua franquia que cuida da construção do Porto do Açu. As leituras para este movimento inesperado de Eike podem ser muitas. A minha pessoal é que sentindo o peso da bordoado que sofreu em junho, Eike Batista finalmente desceu do salto alto e resolveu se precaver.


Este movimento talvez tenha sido tardio demais.


Agora é esperar e ver. Os dados estão rodando na mesa, e Eike deverá estar cruzando os dedos para mais este tiro não sair pela culatra. Afinal de contas para quem se vendia como um novo Midas, Eike Batista andou pisando na bola, e feio!



Por que Eike aposta na LLX, a ponto de ficar com 100% dela
Obras atrasadas e desconfiança os investidores pós-OGX atrapalharam o desempenho da empresa





Marcela Ayres,


São Paulo – Nesta segunda, Eike Batista anunciou a intenção de fechar o capital da sua empresa de logística, a LLX. Para especialistas, o tombo sofrido pelos papéis reforça a impressão de que as ações estão baratas - em quatro anos, a desvalorização chega a 40%. Ao investir na companhia, portanto, o bilionário sinalizaria confiar nos projetos da empresa em um momento em que o mercado parece fazer o contrário.

Criada em 2007 com o propósito de investir em infraestrutura e logística no setor portuário, a LLX se separou da MMX, empresa de mineração da qual fazia parte, e passou a ser negociada na Bovespa como uma companhia independente em julho de 2008.

Seu principal projeto, o superporto de Açu, está com as obras atrasadas há dois anos. Construído em uma área de 150 quilômetros quadrados em São João da Barra, no norte fluminense, o empreendimento foi vendido por Eike como um "megadesarbitrador das ineficiências do Brasil". De lá para cá, contudo, o andamento foi emperrado por greves, desapropriações e por problemas de ordem ambiental.

Embora mais de 60 protocolos de intenção de investimento no local já tenham sido apresentados por empresas de peso, como Fiat e Cargill, o porto fechou contrato de aluguel de espaço e movimentação de carga com sete companhias até agora - incluindo MPX e OSX, também de Eike.

Parece desalentador? Nem tanto, ressalva Renato Pavan, sócio da consultoria Macrologística, de infraestrutura de transportes. "A LLX nasceu com a noção de que o Brasil precisa de logística integrada. E o porto de Açu apresenta oportunidades de investimento enormes, acordados com empresas internacionais", diz. Para ele, inclusive, o atraso apresentado até agora é pequeno perto do tamanho do negócio. E também teria sido experimentado em obras do PAC e de titãs como a Petrobras.

Além da crença no negócio, Eike teria visto um belo desconto nos papéis da empresa. Hoje, o empresário tem cerca de 54% das ações da LLX. O fundo Ontario Teachers Pension Plan possui outros 28,5%. Com a OPA, ambos aumentariam sua participação em uma transação que movimentaria, a princípio, até 620 milhões de reais, já que a oferta leva em conta um preço máximo de 3,13 reais por cada papel que circula no mercado.

Ainda que represente um ágio de 25% sobre a cotação média dos últimos 20 pregões, o valor não seria exatamente alto. Nas contas de Victor Mizusaki, analista de logística e transporte do UBS, as duas empreitadas de menor risco da LLX já fariam com que a ação da empresa tivesse um valor justo de 3,10 reais. No pregão da última sexta-feira, ela fechou bem abaixo disso, a 2,85 reais.

A conta, que inclui o projeto Minas-Rio, tocado em parceria com a Anglo American, e o terminal onshore TX-2, não leva em consideração uma série de projetos que dependem do complexo industrial de Açu. Se adicionados os ganhos com uma das principais investidas da LLX, a companhia valeria mais, bem mais, do que hoje – algo em torno de 6,90 reais.

Pelo mesmo raciocínio, o preço máximo ofertado por Eike para levar o restante das ações também estaria barato, embutindo um lustroso potencial de ganho para o empresário. Mas se há tanto fundamento por trás das operações, o que teria barrado a escalada da empresa até agora? Na visão de Mizusaki, do UBS, a depreciação sofrida pela OGX depois de revisadas as expectativas de produção no campo de Tubarão Azul acabou afetando o restante das empresas X, incluindo a LLX. A aversão ao risco em um ambiente econômico mais turbulento no mundo inteiro também teria se encarregado de penalizar a companhia.


FONTE: http://exame.abril.com.br/negocios/empresas/servicos/noticias/por-que-eike-aposta-na-llx-a-ponto-de-ficar-com-100-dela?page=2