Pinheiro está em evidência. Mas, como historiador, acredito que o presente fica mais claro depois de entendido o passado. Portanto, vamos a ele:
A região da cidade de São José dos Campos denominada Pinheirinho fez parte de uma fazenda de uma família alemã. Este é, inclusive, o motivo pelo qual há lá uma favela denominada Campos dos Alemães.
A Fazenda era de propriedade da família Kubitzky, formada por quatro irmãos solteiros e sem filhos: Hermann Paul, Erma Erica, Artur Moritz e Frida Elsa, tendo o mais novo dos irmãos 68 anos. Diz-se que a família levava uma vida típica dos alemães: muito regrada e taciturna.
Não tinham amigos e quase nunca falavam com ninguém, exceto em meados de 1968, quando um homem insistiu em comprar a fazenda da família. Eles se recusaram na venda e, então, receberam uma carta, ainda no ano de 1968 deste mesmo homem.
Não responderam à carta e mantiveram sua posição de não vender as terras, independentemente do valor da oferta. Eis que, no ano seguinte, o ano de 1969, a história ganha seu primeiro desfecho: os quatro irmão, sem herdeiros, são encontrados mortos na sede da fazenda. O crime não foi esclarecido até hoje e tudo o que se conseguiu como pista do assassino foi uma luva de couro, abandonada no local. Sobre essa história, não acredite em mim. Como estou de bom humor, facilitarei: pesquise a informação na sessão de notícias policiais do acervo da Folha de São Paulo, clicando AQUI.
De acordo com a Constituição, as terras, bem como outros bens, sem herdeiros devem ir para as mãos do Estado. No entanto, com o passar dos anos a terra ficou abandonada.
No ano de 1981, surge um homem reivindicando a propriedade da terra através de um documento que, em tese, comprovaria tal propriedade. O homem em questão é o especulador Naji Nahas cuja ficha criminal é extensa e não vale retomar o tema aqui.
O fato de não haver herdeiros legais torna palpável a teoria de que a prática de Naji Nahas tenha sido pautada na ilegalidade, neste caso, chamada grilagem (não acredite em mim, leia sobre ele AQUI).
A grilagem é a prática de falsificar escrituras para se apropriar de terras que não lhe pertence. Ganha este nome porque, para dar aparência de envelhecido ao documento falsificado, os criminosos os guardam em caixas com grilos - os insetos - que, por sua vez, deixam os documentos roídos e amarelados.
Pois bem, especula-se que Naji Nahas seja um grileiro, que tenha tomado posse das terras de forma criminosa e, assim, a polícia espanca, mata e deixa na rua da amargura pessoas honestas que, por desconhecerem técnicas de grilagem, são chamadas de bandidos! O fato é que a polícia do PSDB e os (nada) meritíssimos juízes mais que agredir aos pobres honestos, tem a função de agradar aos ricos nem tão honestos assim.