EIKE BATISTA: UM MIDAS COM AS GARRAS FIRMEMENTE PRESAS NO DINHEIRO PÚBLICO
Vivemos numa sociedade onde a versão acaba se tornando fato. Eike Batista, o velho dileto de um super ministro da ditadura, é um bom exemplo de como a versão suplanta o fato. Segundo o que ele mesmo gosta de apregoar, Eike é um empreendedor cuja capacidade empresarial o tornou, rapidamente, um dos homens mais ricos do planeta.
Mas se Eike for olhado com um mínimo de cuidado, a sua fama de bom empreendedor cai rapidamente por terra. A verdade é que boa parte da sua fortuna se originou da privataria tucana (a qual foi continuada de forma até obstinada pelo governo de Lula, que se revelou um grande amigo/parceiro/irmão camarada de Eike). Aliás, não apenas a do Eike, mas a de outros novos bilionários brasileiros como Daniel Dantas e Roger Agneli. Mas Eike se destaca por serem um bom disseminador de ilusões para uns e pesadelos para outros.
Por exemplo, a noção que ele defende de que não depende de dinheiro público para tocar seus negócios é falsa. Apenas no Complexo do Açu, o Estado brasileiro entrou com várias centenas de milhões, como também em outros empreendimentos de Eike como é o caso do Hotel Glória cuja reforma está sendo bancada com um empréstimo camarada de R$ 200 milhões do BNDES.
Mas Eike não semeia apenas ilusões, mas também pesadelos. Basta ver o que anda acontecendo no V Distrito de São João da Barra, onde os pequenos proprietários rurais e pescadores estão sendo tratados a ferro e fogo, tudo isto para ajudar a que o Grupo EBX faça mais alguns milhões sem ter que gastar nada com as desapropriações de terras que, pasmem, estão sendo realizadas pelo governo de seu grande amigo, Sérgio Cabral.
Mas eu desconfio que toda essa propaganda recente em torno de Eike Batista é, na prática, um reconhecimento de que ele está sentindo a pressão da resistência que lhe está sendo imposta pelos pobres, não apenas em São João da Barra, mas em outras partes do Brasil e da América do Sul. O maior medo de Eike Batista é que ele seja posto para correr do mesmo jeito que aconteceu na Bolívia. Alguém lembra disso?