sábado, 14 de janeiro de 2012

A GUERRA DO PINHEIRINHO E O SEU INCRÍVEL EXÉRCITO DE BRANCALEONE


A maioria do Brasil não sabe, mas neste momento há um conflito de grandes proporções que pode explodir a 120 km da capital de São Paulo, mas precisamente na cidade de São José dos Campos (http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,prefeitura-analisa-acordo-que-pode-impedir-reintegracao-de-posse-em-sao-jose,822453,0.htm). Ali a prefeitura comandada do PSDB obteve um mandado de reintegração de um terreno que não lhe pertence e de onde pretende expulsar quase 2.000 famílias. 

O terreno pertence à massa falida da empresa Selecta, do grupo de Nagi Nahas, que sabemos é um mega especulador financeiro que muitos danos já causou à economia nacional .
O mais peculiar disto é que a prefeitura de São José dos Campos está ignorando pedidos dos governos estadual e federal para evitar o cumprimento desse mandado. No entanto, apesar deste esforço de conciliação de duas esferas superiores de governo, tanto a Prefeitura como a juíza que expediu o mandado se recusam a participar do processo de conciliação.

Agora que os moradores estão se organizando para resistir à desocupação, a imprensa paulistana, mais precisamente o Jornal Folha de São Paulo, rotula os moradores que estão se preparando para resistir ao Batalhão de Choque da PM paulista como sendo uma versão tupiniquim do Exército de Brancaleone (para maiores explicações acesse o link http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=260). 


Se a família proprietária do Grupo Folha tivesse um mínimo de sintonia com a realidade da maioria do povo brasileiro, certamente já saberia que todos os que sobrevivem às margens do modelo econômico implementado desde o período colonial são efetivamente uma espécie de Exército de Brancaleone que, com suor e sangue, contribui para que uns poucos se tornem bilionários.

Pelo menos nessa a Folha de São Paulo acertou: o Brasil é um país onde um imenso Exército de Brancaleone é sacrificado todos os dias em nome dos interesses de um minoria rica e despreocupada com o destino de milhões de compatriotas.

O que mais deve estar preocupando ao proprietários da Folha de São Paulo e de seus congêneres é que parece que, finalmente, os pobres estão se cansando de se resignar aos infortúnios trazidos pelo modelo, e a se organizar para resistir "brancaleonacamente".