segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O QUE FAZ A PRESSÃO DOS AGRICULTORES DO V DISTRITO: AGORA EIKE BATISTA DIZ QUE QUER COMPRAR  ATÉTERRA DE POSSEIROS, COM DINHEIRO DO FGTS!



Agora que a organização dos pequenos agricultores e pescadores do V Distrito de São João da Barra ganha força e aliados até fora do Brasil, eis que o Mr. X, Eike Batista, está anunciando que quer comprar até terras de posseiros!


O pouco que se sabe de Eike Batista é que, no mínimo, ele sabe detectar quando as coisas estão azedando. E este anúncio é reflexo de que a CODIN, o Secretário Júlio Bueno e os aliados locais em São João da Barra não passam assim tanta firmeza em termos da capacidade de acabar com a resistência dos que não querem ser expulsos de suas terras.


Mas dois detalhes saltam aos olhos nesta matéria da Agência Estado:

1. As ações da LLX estão "derretendo" no mercado de ações, tanto que as suas ações já caíram 37% no ano, enquanto a queda do Índice Bovespa é de 16,9%. E ações que "derretem"  que colocam investidores para correr para longe.

2. Que Eike está tentando pegar um empréstimo camarada no BNDES com dinheiro do FGTS. Isso mesmo, com o dinheiro que pertence aos trabalhadores! Assim, até eu fico bilionário!


Eike Batista compra áreas ilegais no Rio

Eike Batista compra áreas ilegais no RioFoto: DIVULGAÇÃO
ÁREAS PARA CONSTRUÇÃO DO PORTO DO AÇU, EM SÃO JOÃO DA BARRA, 
NÃO TÊM POSSE COMPROVADA POR DOCUMENTOS OFICIAIS; BILIONÁRIO, 
QUE ESCREVEU LIVRO DE AUTO-AJUDA, 
TAMBÉM BUSCA SOCORRO DO FGTS PARA CONCLUIR SEU EMPREENDIMENTO
Por Agência Estado
22 de Janeiro de 2012 às 13:31Agência Estado
Na tentativa de acelerar a desapropriação das terras do futuro Superporto do Açu, em São João da Barra (cidade litorânea no norte fluminense), a LLX, empresa de logística do megaempresário Eike Batista, decidiu comprar todos os terrenos possíveis numa área de 70 quilômetros quadrados destinada ao parque industrial do empreendimento. Até mesmo as terras cujos supostos proprietários não conseguem comprovar a posse por meio de documentos estão na mira de Eike, incomodado com o impasse criado na região a partir do momento em que anunciou, há quase seis anos, a intenção de construir o porto e um estaleiro.
O bilionário comprou, inicialmente, 100 quilômetros quadrados em um trecho ermo do Açu, no litoral de São João da Barra. Ao requerer do governo do Estado do Rio o licenciamento ambiental, teve de aceitar a contrapartida de manter preservada metade da área, coberta por vegetação de restinga. Assim, passou a ter apenas 50% do espaço inicialmente planejado. O resto das terras que adquiriu virou área de preservação, intocável.
Além do porto projetado para exportação de minério de ferro e apoio à atividade petrolífera na vizinha Bacia de Campos, em desenvolvimento nos próximas décadas por causa de descoberta do pré-sal, Eike vislumbrava para a região um complexo industrial de porte inédito no Brasil.
Só que, com a restrição ambiental, o megaempresário argumentou com o governador Sérgio Cabral (PMDB) que não teria como concretizar o que planejara. O governador decidiu então desapropriar, numa primeira fase, uma área de 23 quilômetros quadrados, vizinha às terras de Eike. Numa etapa posterior, mais 47 quilômetros quadrados.
Foi quando os problemas surgiram. Nas terras da fase 1, a Companhia de Desenvolvimento do Estado do Rio (Codin) mapeou 151 propriedades rurais. Dessas, só 16 eram habitadas permanentemente; 60 desenvolviam algum tipo de lavoura; as outras 91 eram pastagens naturais, em terreno arenoso e de capim de baixa qualidade. Os 16 proprietários residentes foram indenizados e reassentados na Vila da Terra, construída pela LLX em área vizinha ao futuro complexo industrial. A empresa de Eike já adquiriu 67 das 151 propriedades, nenhuma delas com a posse comprovada por documentos oficiais.
Leia reportagem anterior sobre a ajuda que o bilionário busca junto ao FI-FGTS para concluir seu projeto:
247 – No jargão do mercado financeiro, uma ação que derrete nas mãos dos investidores é chamada de “mico”. Um desses papéis é o da empresa LLX, do bilionário Eike Batista. Esta empresa constrói no Rio de Janeiro o Porto do Açu e suas ações já caíram 37% no ano, enquanto a queda do Índice Bovespa é de 16,9%. No mercado, os negócios de Eike Batista são vistos com desconfiança crescente pelos investidores, mas o mesmo não pode ser dito pelos gestores do FI-FGTS, um fundo administrado pela Caixa Econômica Federal e pelo Ministério do Trabalho, que aplica recursos dos trabalhadores. Nesta semana, o FI-FGTS socorreu a LLX com uma operação de R$ 1 bilhão, que acaba de sair do forno. É um empréstimo subsidiado, muito abaixo da taxa Selic.
Nesta semana, o Brasil 247 publicou diversas reportagens sobre o que vem sendo feito com o FGTS. Nos últimos três anos, foram desembolsados R$ 17 bilhões pelo FI-FGTS, dos quais quase R$ 4 bilhões foram direcionados à Odebrecht. Neste caso, não foram nem sequer empréstimos. Usando dinheiro dos trabalhadores, o governo comprou participações minoritárias em vários negócios da empreiteira baiana (leia mais aqui). O FI-FGTS também foi usado para comprar ações de empreendimentos da Alusa, do empresário Paulo Godoy, que se notabilizou pelo episódio dos dólares na cueca (leia mais aqui). Agora, com Eike Batista, é mais um empresário próximo ao poder que acessa os cofres do FGTS – o bilionário carioca, além de financiar o filme “Lula, o filho do Brasil”, também pagou milhões por um terno de Lula, num leilão beneficente organizado pela ex-primeira-dama Marisa Letícia.
O xis da questão
Embora recorra com frequência a favores oficiais, Eike Batista decidiu lançar um livro de autoajuda. Nesta segunda-feira, será lançado, no Rio de Janeiro o livro “O X da questão – A trajetória do maior empreendedor do Brasil”, escrito por seu assessor de imprensa Roberto D´Ávila e publicado pela editora Sextante.
O livro é destinado a futuros empreendedores e traz lições de Eike. Uma delas seria aplicar o chamado “stop loss”, ou seja, ter coragem para realizar os prejuízos quando um determinado investimento não traz os resultados esperados. Os negócios de Eike, que ainda são promessas, até agora não geraram lucros. Mas o bilionário carioca não precisou realizar o prejuízo porque encontrou guichês abertos no governo federal, seja no BNDES, seja no FI-FGTS.
Procurada pela reportagem do Brasil 247, a empresa do grupo EBX limitou-se a dizer que "A LLX não contratou nenhum financiamento com o FI-FGTS". A Caixa não se manifestou a respeito até o fechamento da edição. O financiamento de R$ 1 bilhão foi pedido e aprovado.