quarta-feira, 1 de junho de 2011

EIKE BATISTA SE IRRITA COM A RESISTÊNCIA DOS PEQUENOS PROPRIETÁRIOS DO AÇU



Em entrevista ao Jornal Folha de São Paulo, o bilionário Eike Batista mostrou irritação ao abordar as manifestações dos pequenos proprietários rurais do Açu no municipio de São João da Barra que fica localizado no norte fluminense. Os pequenos proprietários vem resistindo às ordens de despejo feitas pelo governador Sérgio Cabral para beneficiar o complexo portuário-industrial que está sendo construído pelo conglomerado financeiro de Eike Batista.

Ao ser perguntado sobre as manifestações ocorrendo no Açu, Eike respondeu que:


"Não quero definir quem é e para mim não interessa definir quem é. O importante é que estamos fazendo. No Brasil, por serem forças de interesses diferentes, vai se buscar uma causa, uma razão para arrumar um problema", disse.

Aqui, mais uma vez, aparece a faceta da terra arrasada em proveito da sua acumulação de riqueza sob o manto do "importante é que fazemos". Mas mais problemático é tentar colocar nos pequenos proprietários do Açu o rótulo de causadores de problemas. Afinal, quem causou problemas aos pequenos proprietários foi o governador Sérgio Cabral, a serviço dos interesses do dono do Grupo EBX, ao desapropriar áreas que certamente ficarão como estoque de terra para especulação. E neste movimento puramente especulativo, centenas de famílias estão tendo seus direitos de propriedade pisoteados.

Além disso, Eike Batista tentou tirar a sua responsabilidade do que está acontecendo no Açu ao afirmar que:

"Não me meto em política. A gente faz o que nos cabe. O que me cabe é fazer a coisa certa, então eu faço a coisa certa", acrescentou, afirmando que construirá casas entre 70 metros e 100 metros quadrados para a população local, que no mês passado fechou uma estrada de acesso ao porto para criticar a política de desapropriação comandada pelo governo do Estado.
Eu gostaria de ver o que faria o ex-marido de Luma de Oliveira se alguém tentasse desapropriar a sua mansão no Jardim Botânico a bem dos interesse público, como fez o governador Sérgio Cabral com as terras dos pequenos produtores do 5o. Distrito de São João da Barra. 
Além disso, ao tentar usar a cartada da ação apolítica o bilionário mostrou que sua face de modernidade não resiste ao mínimo questionamento, escancarando sua verdadeira face conservadora. Qual coisa seria mais política do que usar seu poderio econômico para conseguir que o governo do Estado do Rio de Janeiro desapropriasse milhares de hectares e começasse a despejar de forma autoritária e com o uso de força policial militar centenas de famílias? Dizer que vai oferecer casas de 70 a 100 metros é, no mínimo, cinismo. Como é que será que o Sr. Eike Batista acha que essas pessoas vão sobreviver? De vento que não é. Até porque com a construção deste complexo portuário-industrial, a atmosfera da região vai ficar bem poluída!