ANISTIA INTERNACIONAL COLOCA EM DÚVIDA JUSTIFICATIVAS PARA A GUERRA DA LÍBIA
Segundo o jornal inglês "The Independent", a organização não-governamental Anistia internacional acaba de liberar um relatório que coloca em xeque as alegações de que o governo do ditador Muammar Kaddafi estaria utilizando o estupro de mulheres com arma de guerra. Mas a Anistia não ficou só nisso, e indicou que muitas das violações de direitos humanos alegados por governos e pela mídia internacional não passariam de fabricação dos insurgentes sediados em Benghazi.
Este relatório da Anistia Internacional também joga um balde de água fria sobre as alegações do promotor da Corte Criminal Internacional, Luis Moreno-Ocampo, que há duas semanas atrás havia declarado que havia encontrado evidências de que o estupro de mulheres era uma das ferramentas adotadas pelo governo da Líbia para punir os seus opositores.
Ao que tudo indica, pelo menos neste caso, a Anistia Internacional resolveu quebrar a unidade monolítica das justificativas para declarar guerra a regimes que não são do gosto dos países ricos, nem que para isto se tenha que fabricar fatos e espalhar mentiras. Aliás, neste relatório a Anistia critica a forma unilateral com que a mídia internacional tem tratado o conflito o que, sem dúvida, é uma novidade jornalística que sem surpresa nenhuma está sendo pouco divulgada pela maioria dos órgãos da mídia.
Como os relatórios da Anistia Internacional são normalmente muito respeitados nos países ricos, estas descobertas deverão criar um certo embaraço para os líderes da OTAN, especialmente num momento em que uma série de clivagens já estão aparecendo, especialmente pelo alto custo que a guerra na Líbia acabou tendo em função da resistência que as tropas de Kadaffi vem oferecendo, apesar do enorme poderio aéreo e naval da OTAN.
Mais sobre este assunto no jornal "The Independent" através do link http://www.independent.co.uk/news/world/africa/amnesty-questions-claim-that-gaddafi-ordered-rape-as-weapon-of-war-2302037.html.