THYSSEN-KRUPP GANHA MAIS UM ANO DE BRINDE DE SÉRGIO CABRAL PARA CONTINUAR POLUINDO A REGIÃO DE SANTA CRUZ
O governo Sérgio Cabral acaba de dar um brinde para o grupo alemão Thyssen-Krupp que vai poder continuar poluindo a população de Santa Cruz e arredores com efluentes tóxicos emitidos pelas chaminés da Companhia Sirderúrgica do Atlântico, como mostra reportagem abaixo publicada no dia de hoje pelo jornal O DIA.
Se fosse na Alemanha, o Grupo Thyssen-Krupp não só estaria vendo a sua siderúrgica lacrada imediatamente, como estaria pagando pesadas multas ambientais. Mas como é no Rio de Janeiro que é governado por Sérgio Cabral, o Thyssen-Krupp ganhou "só" mais um ano para continuar poluindo e adoecendo a população fluminense, enquanto envia a maior parte dos seus lucros para a Europa.
Mas uma coisa tenho que reconhecer, o Grupo Thyssen-Krupp tem um senso de humor ácido. Vir com essa estória de Escola Verde é de um primor sarcástico sem par.
Finalmente, está mais claro do que nunca que o INEA (Instituto Estadual do Ambiente) deveria ser chamado de INECA (Instituto Estadual CONTRA o Ambiente).
Como diria Bóris Casoy: isto é uma vergonha!
Mais um ano de chuva de fuligem
Estado libera obra após CSA apresentar projeto que só cessa emissão de pó em 12 meses
POR FERNANDA ALVES
Rio - A obra de ampliação da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), em Santa Cruz — embargada pela Secretaria Estadual do Ambiente após ser detectado que o poço de emergência emitia resíduos de fuligem — está de novo em andamento. A autorização foi dada pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) depois que a empresa apresentou projeto de exaustor para eliminar a emissão do pó. Mas a solução completa do problema ainda vai demorar: vizinhos e trabalhadores ainda vão conviver com a fuligem por um ano.
Segundo a presidente do Inea, Marilene Ramos, já foi iniciada a diminuição gradativa da emissão da poeira. “O investimento é muito grande, não resolve na mesma hora. Só acaba de forma definitiva com a emissão em 12 meses”, explicou. O pó prata cobriu casas, carros e incomodou muito os moradores, que se queixaram de problemas de alergia. A siderúrgica afirma que tomou várias medidas para sanar o problema.
A CSA já foi multada duas vezes — R$ 1,2 milhão em agosto de 2010 e R$ 2,4 milhões em janeiro deste ano — e foi obrigada a investir R$ 14 milhões em obras de saúde e infraestrutura da região. A empresa construirá um Centro de Tratamento da Diabetes e Hipertensão e uma Clínica da Família, em Santa Cruz.
No bairro, a CSA investiu também na primeira escola 100% sustentável do Brasil: o Colégio Estadual Erich Walter Heine. A unidade de ensino técnico de Administração tem teto ecológico, que armazena água da chuva e permite seu reaproveitamento, e sensores de presença que desligam automaticamente o ar-condicionado e a energia após 20 minutos com a sala vazia. Toda a estrutura custou R$ 11 milhões. Outra solução ecologicamente correta é a claraboia do corredor, que permite iluminação natural até as 18h.
Lousa digital e hábitos novos
Alvo dos ambientalistas devido aos problemas com o poço de emergência, a empresa caprichou na escola verde e equipada com tecnologia de ponta.
“Nunca pensei que ia estudar em um colégio assim. Tenho até lousa digital na sala”, comemora Michel Douglas Tourinho, 15 anos. O colega Uenes Santos, 15, revelou que estudar lá está mudando seus hábitos: “Não jogo mais lixo no chão e faço sempre a separação dos materiais. Não posso ver uma luz ligada em um cômodo vazio que reclamo”.
Nos planos da diretora da escola, Terezinha Lauermann, está aposentar cadernos, que serão substituídos por computadores. “Vamos ter aqui também uma central de reciclagem de lixo”, revelou William Andrade, diretor de relações governamentais da empresa.
A escola verde atende 200 alunos do 1º ano do Ensino Médio e abrirá 200 vagas no ano que vem. A primeira seleção atraiu 1.800 candidatos.