Num sinal de que a mobilização dos bombeiros fluminenses por melhores salários pode pegar fogo de vez, a juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, da Justiça Militar do Rio de Janeiro mandou prender cinco lideranças do movimento que paralisou as atividades deste setor do funcionalismo no dia de hoje. O interessante é que a juíza reconheceu que os bombeiros precisam receber melhores salários pelo serviço que prestam à população do Rio de Janeiro, mas mesmo assim não podem se manifestar para pressionar o governo Sérgio Cabral que sabidamente não têm dentre suas prioridades a melhoria pretendida pelos bombeiros.
Uma boa pergunta que a senhora juíza poderia responder à sociedade fluminense é de que os bombeiros que prestam relevantes serviços à nossa sociedade vão conseguir ter melhores salários se não podem se manifestar e denunciar o descalabro salarial em que têm nos socorrer todos os dias nas mais aflitivas situações.
MANIFESTAÇÃO PROIBIDA
Juíza manda prender líderes de greve dos bombeiros no Rio
A juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, da Justiça Militar do Rio de Janeiro, decretou a prisão preventiva de cinco integrantes do Corpo de Bombeiros que lideraram uma paralisação da categoria nesta sexta-feira (13/5). Pela Constituição, militares (incluindo membros das Forças Armadas, policiais e bombeiros) são proibidos de fazer greve.
Tiveram suas prisões decretadas o major Luiz Sergio Lima, os capitães Alexandre Machado Marchesini e Lauro César Botto, o 1º sargento Valdelei Duarte e o cabo Benevenuto Daciolo Fonseca dos Santos. Eles são acusados de incitamento à prática de outros crimes militares, como descumprimento de missão, deserção e recusa de obediência.
"A prisão se dá pelo incitamento à prática de crimes militares e exposição da população carioca e fluminense até mesmo a risco de morte, e não pelo simples fato da greve em si, e muito menos pelo fato de lutarem por melhores condições de trabalho e salários”, afirmou a juíza na decisão.
Ela acolheu a representação do sub-corregedor interno do Corpo de Bombeiros Militares do Rio de Janeiro. Segundo o inquérito policial militar, os acusados, através de um movimento que, inicialmente, visava buscar por melhores condições de trabalho e melhorias salariais, passaram a promover o incitamento de outros militares, particularmente os bombeiros militares dos Grupamentos Marítimos, a cometerem diversos crimes militares.
De acordo com a juíza Ana Paula Barros a conduta dos bombeiros, que teriam incentivado a greve dos salva-vidas, tem colocado a população em risco.
A magistrada reconheceu a legitimidade das reivindicações dos militares, que merecem condições de trabalho dignas e salários compatíveis com a importância de sua função, mas ressaltou que tal fato não pode se sobrepor à vida do cidadão.