quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Uma casa, muitas vozes: uma história desfigurada da UENF


Acabo de ler o livro "Uma casa, muitas vozes: histórias dos primeiros 20 anos da UENF" e autoria dos jornalistas Carlos Gustavo Sarmet Moreira Smirdele e Fúlvia Maria D´Alessandri Muylaert e eu me senti meio que lendo um daqueles livros escritos pelos áulicos do regime stalinista que varreu dos livros soviéticos a existência de vários personagens centrais da Revolução Russa.





Uns podem dizer que como jornalistas, a dupla que compõe a Assessoria de Imprensa da UENF não possui compromisso com o rigor histórico. Entretanto, como a obra é editada pela EDUENF, o mínimo que eu esperaria é que o Conselho Editorial fosse mais criterioso. Pela leitura que eu fiz da obra, fica parecendo que determinados anões da construção da UENF foram gigantes, e que determinadas passagens e personagens sequer existiram. Aliás, se alguém tomar essa brochura como critério de verdade histórica, vai parecer que o grupo que hoje domina a reitoria implantou, desenvolveu e consolidou a UENF. Nada mais distante da verdade.

O mais interessante foi ver fotografias que foram tiradas por uma máquina que me pertence até hoje recebendo um crédito vago como sendo de acervo pessoal. O fato é que como já disponibilizei essas imagens em diferentes momentos, o correto é que me dessem o crédito por sua produção ou que me perguntassem quem foi quem segurou a máquina que as produziu  Como Trotsky fez um dia com a história da revolução bolchevique, eu ainda vou escrever o meu "UENF, uma história desfigurada". 

É que apesar de geógrafo, eu possuo ainda a maioria dos documentos, as imagens e vou tentar  produzir uma obra que reflita a verdade histórica e não a verdade conveniente a quem estiver momentaneamente no poder.

Por ora, eu sugiro que numa próxima edição, essa coisa publicada com dinheiro público receba um título mais verdadeiro "Uma casa, muita vozes sufocadas".