Ainda que marcada pela profunda tristeza e emoção, o velório de Cícero Guedes, assentado e importante liderança do MST no Rio de Janeiro se transformou num ato de celebração de sua luta em prol da reforma agrária no Norte Fluminense. Além da presença de autoridades ligadas aos ministérios de Direitos Humanos e do Desenvolvimento Agrário, estiveram presentes representantes de sindicatos e os deputados Marcelo Freixo (PSOL) e Robson Leite (PT). Representando a Igreja Católica esteve presente o Bispo de Campos dos Goytacazes, Dom Roberto Francisco Ferreria Paz, que conduziu a parte religiosa do velório.
Mas mais marcante foi a presença de dezenas de assentados vindos de diferentes pontos da região Norte Fluminense, os quais vieram prestar suas homenagens a uma liderança cujo compromisso sempre claramente com a melhoria das condições dentro dos assentamentos. Com músicas e gritos de guerra que Cícero também gostava, os presentes deixaram claro que não haverá retrocesso na continuidade da luta pela reforma agrária.
Durante o velório também ficou evidente que os assentados e as organizações da sociedade civil presentes exigem é que o assassinato de Cícero Guedes seja apurado rapidamente e os culpados sejam punidos exemplarmente. Durante o velório a opinião majoritário é que este crime visou desferir um grave golpe contra a organização dos que lutam pela realização e consolidação da reforma agrária. Neste sentido, a apuração exemplar deste crime será a única forma de se evitar que haja a repetição deste tipo de eliminação física daqueles que se colocam em prol da reforma agrária e dos agricultores pobres que são aqueles que garantem o aporte de comida em nossas mesas.