Aparentemente a minha postagem sobre a síndrome de prisioneiros do passado que acomete a esquerda do PT causou um certo furor, dado o número alto de hits e a polêmica que o mesmo estabeleceu entre meus "amigos" no Facebook. A mesma mereceu até uma postagem crítica do Douglas da Mata no seu blog Planície Lamacenta (Aqui!), por quem eu nutro um genuíno respeito.
Como não sou militante ou sequer filiado do PSOL, ou de nenhum partido para dizer a verdade, continuo interessado em saber porque esse partido causa tanta ojeriza naqueles que, dentro do PT, se pretende ser a esquerda do partido comando por Lula e José Dirceu.
A única coisa que me vem à mente é que a esquerda do PT está acometida de algum tipo de síndrome a la "Dorian Gray", personagem de uma obra muito emblemática do escritor inglês Oscar Wilde que foi publicado em 1890. O personagem central da obra, Dorian Gray é um homem rico que vende a alma em troca da juventude eterna. A passagem do tempo não lhe altera a bela aparência, enquanto o seu retrato mágico envelhece e revela a decadência interior.
Para mim, o problema para a esquerda do PT acometida pela Síndrome de Dorian Gray é que do espelho ela parece ver o PSOL como aquilo que já foi um dia.
Aliás, o que significa efetivamente criticar o PSOL do Amapá por supostamente ter práticas exatamente iguais à do PT? Mais Dorian Gray!
Em tempo: há um forte debate dentro do PSOL sobre a possível saída de seu senador e prefeito de Macapá para o partido que está sendo criado por Marina da Silva. Se isso acontecer, o que vai restar à esquerda do PT?
Finalmente, eu sinceramente acho muita falta de tempo ficar se preocupando com a ultra-esquerda para aqueles que ainda acreditam na força transformadora do PT. Melhor seria que arregaçassem as mangas e provassem à mim e a outros que já lá estiveram que o partido ainda merece crédito e nosso voto. De minha parte, continuarei militando de forma apartidária, mas militando. Afinal, para mim não há como ficar expectante num país com tanta desigualdade e injustiça social.