No dia de hoje (27/06) os docentes da UENF estarão paralisando suas atividades acadêmicas com uma forma de protestar contra a situação de seus salários que hoje acumulam perdas médias em torno de 90% desde janeiro de 1999. Além disso, os docentes reivindicam o pagamento de um adicional de 65% sobre o seu salário base para remuneração do regime de Dedicação Exclusiva nos mesmos moldes do que já está sendo praticado na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
Mas a situação calamitosa da UENF não se restringe aos salários de professores (e por extensão dos servidores técnicos e administrativos), mas alcança o coração das atividades básicas em função do contínuo encolhimento do orçamento. Apenas para exemplo desse problema, o orçamento de 2013 é nominalmente MENOR do que o de 2012. Além disso, o orçamento da UENF vem sofrendo com um forte processo de retenção nas liberações dos pagamentos. Isso deixa a instituição funcionando no limite, e impede novos concursos e pleno desenvolvimento de suas atividades de ensino, pesquisa e extensão. Tanto isto é verdade que em 2013 está ocorrendo um grande corte de bolsas em todas essas áreas.
E por que o (des) governo de Sérgio Cabral está impondo tamanho arrocho sobre as universidades estaduais? A lógica é desviar o máximo possível de recursos para as estruturas que estão sendo construídas a preços altíssimas para dar apoio aos megaeventos esportivos (Copa do Mundo e Jogos Olímpicos) onde um redesenho da cidade do Rio de Janeiro está aumentando a segregação social e o abandono das necessidades objetivas da maioria da população.
É por isso que a paralisação que ocorre hoje na UENF não é apenas um marco na luta salarial que os docentes vem realizando há vários anos, mas principalmente um processo de defesa da universidade pública, democrática e gratuita que hoje está sob cerrado ataque do (des) governo impopular de Sérgio Cabral.