Sem querer ser chato, mas sendo, eu confesso que ainda consigo ficar abismado com determinadas ações que me parecem saídas de contos do melhor surrealismo literário. A notícia abaixo, publicada pelo jornal FOLHA DA MANHÃ, dá conta da continuidade da inundação que afeta pelo menos dois barros da periferia sul da cidade de Campos dos Goytacazes.
Mas é preciso ler com atenção para notar que esta inundação decorre da ação do INEA, órgão estadual que deveria cuidar da proteção ambiental, mas que se dedica, entre a emissão de uma licença Fast Food e outra, a cuidar da operação dos canais que cortam o município de Campos. E pelo que parece cuida muito mal, pois essa inundação decorre da simples incapacidade de fechar uma comporta, que se sabe com ordem de quem foi aberta em primeiro lugar.
Mas parece que no afã de servir os grandes latifundiários do município, alguém dentro do INEA se esqueceu que essa operação, que convenhamos deveria ser muito simples, poderia causar perdas materiais irreparáveis a centenas de famílias. Isto sem falar no aumento de risco de doenças, para começo de conversa.
E agora, quem vai ser responsabilizado? Quem vai ressarcir as perdas materiais de famílias pobres que levaram anos, talvez décadas, para conseguir o que agora foi perdido?
Entretanto, há que se saudar o pionerismo. Lembrando o ex-presidente Lula, nunca antes na história desse país tanto estrago ambiental deve ter sido causado pelo órgão que deveria estar cuidando para evitá-los. Mas também o que esperar de um órgão que é subordinado a um secretário que preza mais os holofotes do que levar a cabo a dura tarefa de equilibrar o funcionamento da economia e o uso sustentável do meio ambiente?