IZABELLA TEIXEIRA: MINISTRA DO MEIO AMBIENTE DO PAÍS DE FAZ DE CONTA!
A matéria abaixo reproduz uma série de manifestações esdruxulas da ainda ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Se não fosse pelas implicações práticas que as percepções disseminadas acarretam em termos de ampliação do afrouxamento da regras de contenção do desmatamento em todo o território brasileira, essas declarações seriam apenas ridículas. Mas não, essa visão que é trombeteada pela afilhada tucana do ex-ambientalista Carlos Minc acaba pavimentada o caminho para coisas terríveis como a reforma do Código Florestal.
Vou dar um exemplo de como o discurso falacioso da ministra motosserra é prejudicial aos esforços de conservação das florestas brasileiras. A ministra (?) afirma que o desmatamento caiu de 29 mil quilômetros quadrados (km²) em 2004 - ano em que foi registrada a maior degradação na região - para 6,4 mil km² em 2012.
Pois bem o que há de errado com este argumento? É que ele omite o fato de que apesar de existirem totais anuais, o que importa é o desmatamento acumulado. Assim, o que temos tido, ainda que com ritmos variados a cada ano, é um aumento explosivo do total desmatado.
Pois bem o que há de errado com este argumento? É que ele omite o fato de que apesar de existirem totais anuais, o que importa é o desmatamento acumulado. Assim, o que temos tido, ainda que com ritmos variados a cada ano, é um aumento explosivo do total desmatado.
A "ministra" também aparece com outro argumento que, no mínimo, é falacioso. Ela diz que o Brasil é "é o país que mais reduz o desmatamento e as emissões de carbono no planeta." A ministra corre o risco de ser ridicularizada durante a a 18ª Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP18) que vai acontecer em Doha no Qatar entre 26 de Novembro e 07 de Dezembro (Aqui!) se aparecer por lá com este tipo de devaneio.
A verdade é que a situação ambiental no que se refere às florestas brasileiras dificilmente reflete este mundo de sonhos da senhora Izabella Teixeira. Na verdade quem acompanha minimamente a evolução do uso da terra na Amazônia sabe que a coisa está mais para um tremendo pesadelo recheado com barragens por todos os lados, aprovadas naquele sistema camarada de licenciamento ambiental Fast Food.
Ministra diz que País reduz desmatamento, mas não recebe compensação por avanços
O Brasil é o país que mais reduz o desmatamento e as emissões de carbono no planeta. Ao destacar a posição de liderança do governo brasileiro nas metas previstas em acordos internacionais de mudanças do clima, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que o País não tem recebido a compensação devida por esses avanços.
"O Brasil está fazendo muito sem ter o retorno que poderia ter. O Fundo da Amazônia só tem doação, até hoje, da Noruega, da Alemanha e da Petrobras, uma empresa brasileira que aloca recursos na Amazônia. Cadê os outros doadores? Nós estamos reduzindo o desmatamento. A contribuição brasileira continua", acrescentou a ministra, que participou em Macapá do 3º Congresso Nacional das Populações Extrativistas.
Pelos números do Ministério do Meio Ambiente (MMA), o desmatamento ilegal na região caiu de 29 mil quilômetros quadrados (km²) em 2004 - ano em que foi registrada a maior degradação na região - para 6,4 mil km² em 2012. Este mês, o MMA deve divulgar mais uma redução da área degradada.
A expectativa de países em desenvolvimento e nações mais pobres é que o tema volte a ser debatido durante a 18ª Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP18), quando as nações menos desenvolvidas esperam avançar na elaboração da segunda etapa do Protocolo de Quioto - que estabelece as metas de redução de emissões de gás de efeito estufa para os países desenvolvidos. A COP18 começa no fim deste mês e vai até o início de dezembro, em Doha, no Catar, com a participação de representantes de 190 países.
Apesar de endossar a aposta, a ministra não acredita em uma definição sobre o cálculo das emissões de carbono e as compensações. "O Brasil trabalha enquanto os ricos países desenvolvidos emitem? Isso vai aparecer no debate sobre a segunda rodada de compromissos do Protocolo de Quioto, mas vai ser definido de 2013 a 2015", disse, referindo-se ao período que vai anteceder o novo Acordo-Quadro sobre Mudanças do Clima entre os países signatários da Convenção das Nações Unidas.
As estratégias brasileiras para manter o ritmo de redução de emissões têm sido estudadas por representantes do Ministério da Fazenda e do MMA. A definição de políticas de mudanças do clima também está na pauta de discussões do Congresso Nacional.
Ainda que o Brasil defina compromissos internamente, a questão precisa ter uma regulamentação internacional, assim como a definição do Redd - sigla que define a Redução das Emissões Geradas com Desmatamento e Degradação Florestal nos Países em Desenvolvimento. O mecanismo, que tem sido o centro das polêmicas nas discussões sobre clima, funcionaria como uma compensação financeira para os países em desenvolvimento ou para comunidades desses países, pela preservação de suas florestas.
Segundo Izabella Teixeira, o Fundo da Amazônia é o único mecanismo de REDD, em prática, que o governo reconhece. O fundo foi criado em 2008 para captar doações para investimentos em prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento e para a conservação e o uso sustentável das florestas amazônicas.
"O que adianta eu implantar mecanismos que, muitas vezes, depois, não são reconhecidos internacionalmente. Lembro que a conta tem que ser paga pelos países desenvolvidos que não estão reduzindo suas emissões na magnitude que deveriam", disse, destacando poucas ações positivas como metas definidas por países da União Europeia e de alguns estados norte-americanos.
A ministra acrescentou que o governo brasileiro retomou a negociação de um acordo com os Estados Unidos para estabelecer a segunda fase de cooperação destinada ao monitoramento e combate a incêndios e queimadas, nos moldes da parceria firmada na década de 1990. "Isso envolve o desenvolvimento de tecnologias para o monitoramento de queimadas, treinamento de pessoas no combate a incêndios florestais e a qualificação dos gestores de áreas protegidas no manejo do fogo no Brasil", explicou.
O acordo também está sendo debatido com especialistas da Universidade de Brasília (UnB) e dos serviços florestais americano e brasileiro.