A diretoria da ADUENF vem a público para, primeiramente, agradecer a massiva e ativa participação dos estudantes, via e-mail, na luta pela manutenção do ensino de qualidade que a UENF oferece. A resposta engajada dos nossos estudantes é uma clara resposta para aqueles que pensavam que era até infantil acreditar que o nosso corpo discente se engajaria para cobrar do governo do estado a realização de um efetivo processo de negociação que garanta a normalidade dentro da UENF.
Paralelamente gostaríamos de esclarecer alguns pontos das declarações que estão sendo veiculadas como respostas aos reclamos realizados ao longo da semana passada pelos nossos estudantes. Como primeiro ponto, vamos fazer uma leve comparação. O estado do Rio de Janeiro, de forma muito justa, está realizando uma serie de atividades contra a possível perda de 6%, de 26 % que atualmente recebe por meio dos royalties do petróleo. Pois bem o que deveríamos fazer contra o contingenciamento orçamentário que ano após ano estamos sofrendo por parte deste mesmo governo? O que a ADUENF poderia fazer quando nos últimos dois anos as verbas das emendas, de 10 milhões cada obtidas na ALERJ para pagamento da DE foram retiradas do orçamento da UENF pelo governo do estado, ou o que os professores da UENF poderiam fazer ao não receberem os mesmos 65% que foram concedidos aos seus colegas da UERJ em nome da remuneração do regime de Dedicação Exclusiva?
De forma muito correta o governo de estado do Rio de Janeiro alertou à população sobre os efeitos dramáticos que a mudança dos royalties causarão como consequência da perda orçamentária. Pois bem imaginemos se a perda fosse de 65 %, como é no caso dos professores, com toda certeza, o governo, decretaria a falência do estado. Em contrapartida os professores da UENF continuam mantendo a mesma dedicação ao mesmo tempo em que lutamos pela justeza na remuneração.
Depois disso acreditamos que fica clara para todos a importância do pleito em questão e a seriedade com que esta diretoria tem tratado a ferramenta da greve. Não é com meias verdades e tentativas de jogar os estudantes contra os professores que os problemas da UENF serão resolvidos. Entendemos que é justo fazer um reconhecimento à participação da Secretaria de Ciência e Tecnologia no processo como um todo. Entretanto, a estrutura atual dos governos no Brasil, exige da participação, para a negociação poder avançar, dentro do núcleo duro de poder.
Durante mais de um ano buscamos, via ALERJ e SECT, estabelecer um processo de comunicação com o núcleo duro que efetivamente define as decisões dentro do governo do Rio de Janeiro, e nada conseguimos. Somos testemunhas deque não faltou empenho aos nossos mediadores dentro da ALERJ. Entretanto, chegamos ao cúmulo de que um representante do governo, após conversa com os integrantes dês chamado núcleo duro, nos mandou continuar de greve, pois nada teriam para nos oferecer naquele momento. São essas, entre outras tantas, as atitudes que reforçaram a greve e que não permitem que os professores fiquem seguros de que haverá alguma saída no atual ritmo de negociações, onde efetivamente nada é oferecido para resolver algo bastante básico, que é a isonomia no pagamento do regime de Dedicação Exclusiva entre as três universidades estaduais existentes no Rio de Janeiro.
É forçoso lembrar aos representantes do governo que até este momento foram realizadas mais de 70 viagens à cidade do Rio de Janeiro para, entre outras coisas, quando, inclusive, diversos documentos foram protocolados. Nestes documentos sempre deixamos clara a nossa demanda fundamental; sair do Zero % pelo pagamento do regime de Dedicação Exclusiva no qual todos os professores da UENF trabalham. É preciso lembrar que esta situação faz com que a UENF hoje pague o pior salário inicial para professores, com doutorado que trabalhem no Regime de Dedicação Exclusiva!
Caros UENFIANOS esta é a causa pela qual para o governo as negociações apenas se iniciaram 15 dias atrás, sem considerar os fatos anteriores, enquanto para a diretoria da ADUENF este processo já se arrasta há pelo menos seis anos, com toda a carga relativa a resposta incorretas, desatenção a pedidos de reunião, diferentes passeatas, contingenciamento de valores aprovado nas emendas para pagamento da DE.
O que o governo do estado não vê, ou finge que não vê, é que dezena de docentes já saíram da UENF em busca de melhores salários e, por causa disto, diversas disciplinas se encontram sem professores para serem oferecidas. Isto sem falar na inevitável perda de grupos de pesquisa e de projetos de extensão! E isto tudo em troca de quê? De uma promessa vazia de concessão de aumento linear de salários (após a DE da UERJ)?
Caros UENFIANOS está é a verdadeira explicação do processo de negociação, qualquer outra poderíamos dizer que, é no mínimo, um resumo conveniente de meias verdades com o intuito de tergiversar e confundir a opinião dentro da comunidade universitária da UENF e, por extensão, da população da região Norte Fluminense.
Campos dos Goytacazes, 26 de Outubro de 2012.
DIRETORIA DA ADUENF