sábado, 12 de maio de 2012

INVERSÃO TOTAL DE VALORES NA EIKELÃNDIA: AGRICULTOR NASCIDO EM ÁGUA PRETA É INDICIADO COMO INVASOR DE TERRAS ONDE SEU AVÔ E PAI CRIARAM SUA FAMÍLIA


O Sr. Leilson Mendonça Toledo, que é mostrado logo abaixo, nasceu, cresceu e criou sua família em uma propriedade que está legalmente com sua família há pelo menos três gerações. Por isto, o Sr. Leilson vem se recusando a entregar de mão beijada as terras que foram "desapropriadas" pelo (des) governo de Sérgio Cabral, exigindo que se cumpra, ao menos, o que está estabelecido na Constituição do Rio de Janeiro para casos de desapropriação.



Agora, numa dessas surpresas de deixar qualquer  um atônito, o Sr. Leilson foi intimado a comparecer à 145a. Delegacia de Polícia em São João da Barra para responder uma denúncia de um "fato atípico" que ele acabou descobrindo que,  obviamente, estava ligado à resistência que ele e seus irmãos estão fazendo para defender a terra que já ajudou seus avôs, pais e eles mesmos a criarem filhos em Água Preta.


Segundo o Sr. Leílson me confidenciou a pior coisa desta situação foi a condição vexatória a que sua família foi exposta quando policiais se dirigiram à sua residência para entregar a intimação para que fosse até a Delegacia depor. É que para trabalhadores a simples, mas honestos, a ida da polícia às suas casas é como expor todos os membros de suas famílias ao completo vexame. No caso específico, o sentimento de indignação aumentou porque o Sr. Leílson e seus irmãos estão apenas demandando que a lei seja cumprida.


Mas o que nenhum dos que geraram esta denúncia devem ter esperado foi a posição firme do Sr. Leílson cujo depoimento abaixo coloca as coisas no seu devido lugar, e indica quem efetivamente está desrespeitando a lei nas terras do V Distrito de São João da Barra, apenas para viabilizar a criação da Eikelãndia, disfarçada sob o codinome "Complexo Portuário-Industrial do Açu.



Apesar do declaração do Sr. Leílson ser curta, ela traz questões que precisam ser apuradas pelo Ministério Público Estadual.  Afinal, ele aponta de forma clara em seu depoimento que quem invadiu as terras de sua família foi a CODIN e que nesta invasão foi destruído uma área de cana com que ele alimentava seu rebanho bovino.  

É urgente que as arbitrariedades denunciadas pelo Sr. Leílson em seu depoimento sejam apuradas, e que eventuais violações dos direitos de propriedade sejam punidos de forma exemplar. Afinal de contas, se o (des) governo Sérgio Cabral quer ajudar o Sr. Eike Batista, que o faça dentro dos termos do que termina a Constituição Estadual. Nem mais, nem menos.

Finalmente, se a intenção de denunciar o Sr. Leílson como invasor era coagi-lo e amedrontá-lo, posso afiançar que o efeito foi totalmente contrário. Aliás, o que mais poderia se esperar de alguém que sempre viveu e trabalhou nas terras em que nasceu? Que pegasse suas coisas e saísse de fininho?