domingo, 16 de junho de 2013

Apartidário eu? Um convite à leitura do Programa de Transição


Eu sou daqueles que acho que um bom conflito é a única forma de chegarmos a uma resolução positiva de toda diferença de opinião. Então, como o meu prezado companheiro de blogosfera Douglas da Mata continua tentando me impingir rótulos (aparentemente para tentar não fazer a discussão que realmente importa, qual seja, o abandono do campo da esquerda pelo PT), vamos a mais um réplica.

Se ele se der ao trabalho de ler o que ando escrevendo direitinho vai ter que reconhecer que eu, apesar de não ter em um partido, apoio a consolidação dos partidos que podem se reclamar de esquerda.  Tanto apoio que não me furto a apoia-los no que me é pedido, sem nunca colocar um óbice.  Faço isso porque acho importante a existência de programas que mantenham a luta pelo socialismo como objetivo claro. Se não estou em nenhum partido neste momento, creio que posso dizer que colaboro com vários deles de  forma direta. Assim, pode até me chamar de "multipartidário", mas nunca de "apartidário".

E para deixar claro qual é o problema eu sugiro ao Douglas a leitura de um livro que eu sempre procuro para clarificar as minhas dúvidas teóricas sobre o papel do partido na construção de um projeto transformador da sociedade capitalista.  O mesmo atende por um título bem simples: "Programa de Transição".  Eu até hoje vejo nesse programa a única saída possível para a reconstrução de um partido que não se atenha aos limites consentidos do capitalismo como, aliás, fez e está fazendo o PT neste momento.  Mas coerente com o que eu penso estar nas linhas programáticas estabelecidas por Trotsky, penso que os partidos existentes não estão capacitados a levar adiante o que está ali estabelecida e que a realidade atual só confirma a extrema urgência da aplicação das mesmas. Por isso não faço parte do PSOL, PSTU ou PCB. Mas os reconheço, com todas as contradições que isso gera, como potenciais embriões de uma ampla frente política que poderá gerar as sementes de uma nova internacional.  

Aliás, os petistas que efetivamente querem transpor os limites do consentimento burguês deveriam ser convidados a esse projeto. Já a direção do PT, independente do nível de aderência ao programa pró-sustentação do Estado burguês regido sob a batuta burocrática, essa não tem mais jeito mesmo. 

Em tempo: aproveito aqui para apresentar outra sugestão de leitura dos escritos de Trotsky: A Revolução Permanente!