O material abaixo foi publicado com ligeiras variações de forma Aqui! e Aqui! e dá conta de uma reunião mantida por representantes da empresa RE (X), braço imobiliário do Grupo EBX, com o prefeito de São João da Barra.
O interessante é que à primeira vista, tudo é um mar de rosas. Afinal, a RE (X) agora até promover uma eleição para dar nome ao que seria chamado de "Cidade X". A RE (X) num outro ato supostamente inusitado vai supostamente dotar o empreendimento de toda a infra-estrutura necessária e, de quebra, ainda 38% correspondentes às áreas comuns à prefeitura de São João da Barra.
Tudo lindo e maravilhoso, certo? Bom, vejamos alguns detalhes:
1. a área comprada no Distrito de Cajueiro seria de 1100 hectares, e o atual empreendimento usará apenas 20 hectares. E os outros 1080 hectares vão virar o que?
2. Assumindo que todas as 1.300 serão construídas e ocupadas, uma estimativa inicial (assumindo uma família com tamanho médio de 4 pessoas) é de que só este empreendimento vai adicionar em torno de 5.000 pessoas à população de São João da Barra, e não apenas 3.000 como está dizendo o pessoal da RE (X). Assim, o município que em 2009 teve uma população estimada em quase 36.000 pessoas, arrisca ter um aumento de 14% de incremento populacional só com este empreendimento. E essa gente vai precisar de escolas e hospitais, certo? Isto implicará num aumento de demanda sobre serviços que já estão operando no limite. E quem vai arcar com isto é a prefeitura de São João da Barra.
3. Também achei peculiar o fato de que se pretende doar as áreas comuns do empreendimento para a prefeitura de São João da Barra que de posse deste "presente" terá também de mantê-lo limpo, seguro e equipado às custas do orçamento municipal. Belo presente!
4. Também acho peculiar que todo o plano mirabolante do arquiteto Jaime Lerner agora esteja sendo aparentemente reduzido à construção de um empreendimento imobiliário. Como fica aquela fábula da Veneza do Norte Fluminense? Virou pó?
Enfim, visto com lupas mais incrédulas, esse empreendimento parece ser mais um dos muitos "presentes de Grego" que o Grupo EBX está dando para São João da Barra e região.
Empresa apresenta ao prefeito de SJB projeto de criação de novo bairro
Obras podem gerar 530 empregos diretos e outros dois mil indiretos
A empresa REX, braço imobiliário do Grupo X, representada pelo presidente Marcos Adnet e por Sabine Robin, de operações imobiliárias, apresentou ao prefeito José Amaro Martins de Souza, Neco, e assessores, a primeira etapa do projeto que prevê a criação de um novo bairro, em São João da Barra. O bairro planejado, cujo nome será escolhido pela população, terá apartamentos e casas, salas comerciais, lojas e um hotel com 200 unidades.
O projeto urbanístico, assinado pelo arquiteto Jaime Lerner, um dos mais conceituados do mundo, conta com áreas verdes, ciclovia, parques, quadras poliesportivas, lagos e vagas de estacionamento, além de áreas públicas, como escola, creche, posto de saúde e toda a rede de serviços necessária a grandes empreendimentos do ramo.
Nessa primeira etapa, o bairro planejado vai ocupar um espaço de 200 mil metros quadrados, do total de 11 milhões de metros quadrados, adquiridos pelo Grupo X na região de Cajueiro, 3º Distrito de São João da Barra. Toda a infraestrutura, como rede de drenagem, águas pluviais, estações de tratamento de água e de esgoto, arruamento, calçamento, arborização e iluminação, será de responsabilidade da REX, que doará 38% da área, correspondente às áreas comuns, para a municipalidade. O investimento inicial é de 200 milhões de reais, sendo 40 milhões só para a infraestrutura e R$ 30 milhões para a construção do hotel. A previsão é que as obras gerem 530 empregos diretos, além de outros dois mil, indiretos.
Inicialmente serão 1.300 unidades, sendo que delas, 931 são unidades habitacionais em edifícios de, no máximo, quatro andares. Os apartamentos terão entre 55 e 66 metros quadrados, sendo de 600 unidades de dois quartos e 301, de três quartos, respectivamente. Os valores dos imóveis deverão oscilar entre R$ 150 mil e R$ 180 mil e poderão ser financiados pela Caixa Econômica Federal, dentro do programa de Crédito Associativo. A rede Accor, uma das maiores hoteleiras do mundo, será a responsável pelo hotel. Calcula-se que cerca de três mil pessoas possam residir no novo bairro.