sexta-feira, 14 de junho de 2013

Folha da Manhã fala sobre impasse nas demissões do Porto do Açu

Demissões: impasse continua




O impasse sobre novas demissões no Superporto do Açu — megaempreendimento do empresário Eike Batista, que está em curso no litoral de São João da Barra — continua. A reunião marcada para 11h de ontem entre alguns representantes de empreiteiras que atuam no projeto e a e a direção do sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Campos, não aconteceu. Segundo o presidente da entidade, José Eulálio, eles pediram a suspensão do encontro que discutiria novas dispensas. Esta semana, o sindicato foi comunicado que pelo menos 200 funcionários seriam demitidos apenas na Armatec, o que não foi aceito pela entidade, por conta de um acordo firmado anteriormente com as empreiteiras e que previa que as dispensas não podem superar 40 profissionais, mas assim mesmo, a cada 15 dias.

— Nesse meio tempo, não temos como saber se vão ou não, demitir. Mas, se houver demissões acima do que está no acordo, denunciaremos ao Ministério Público do Trabalho — garantiu ontem o presidente do sindicato, depois de confirmar o adiamento da reunião que fora marcada no dia anterior, num encontro ocorrido na sede da entidade, em Campos, quando não houve acordo.
Eulálio voltou a afirmar que, além de representantes de empreiteiras, a reunião de quarta-feira também contou com a presença de um representante da LLX. Informação, no entanto, que foi negada, em nota, pela assessoria do grupo. “Também esteve presente um representante da LLX”, garantiu o dirigente sindical.

Desde março, as demissões confirmadas pelo sindicato no megaempreendimento no Açu somam 1.460 trabalhadores, mas Eulálio não descarta que esse número possa ter aumentado. Isso porque a entidade não estaria sendo devidamente comunicada. Agora, a ameaça de mais 200 demissões.

Crise - A crise no Superporto do Açu vem de alguns meses, mas ganhou dimensão maior depois que a coluna Holofote, da revista Veja, publicou informação apontando que as fundações e estruturas do megaempreendimento, que está sendo construído pela LLX, e do Estaleiro, pela OSX, estariam apresentando problemas, correndo o risco de afundar. Na ocasião, o Ministério Público Estadual de Campos requisitou ao Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) a realização de vistoria nas obras.

No dia 27 de maio, durante audiência no Ministério Público do Trabalho, relatório da força-tarefa do órgão apontava para 23 visitas que culminaram em 204 autos de infração por descumprimento da lei por parte das empresas contratadas.

Entre contratadas e terceirizadas, o sindicato estima que 60 atuem no local.