Representantes da Secretaria Estadual de Planejamento e Gestão, encabeçados pelo (des) secretário Sérgio Ruy, vêm há algum tempo desmontar o modelo visionário que foi criado por Darcy Ribeiro para a Universidade Estadual do Norte Fluminense. Esse modelo, baseado no regime de Dedicação Exclusiva para docentes ostentando títulos de Doutor, foi uma incrível ousadia há 20 anos, pois nenhuma outra universidade brasileira aplicava esse regime de trabalho.
Os efeitos da DE para docentes com Doutorado vem se tornando o modelo vigente em todas as universidades públicas brasileiras. Os efeitos esperados são os mesmos que se conseguiu em tão pouco tempo na UENF, onde apesar de todos os problemas e limitações, os indicadores são sempre extremamente positivos.
Mas Darcy Ribeiro entendia e declarava abertamente que tal sistema teria que ser mantido com salários igualmente de excelência, visto que a dedicação exclusiva impede quaisquer outras fontes de salário para os docentes. Assim, o que diferentes governos fizeram, em especial o de Sérgio Cabral, foi solapar os salários pagos até o ponto em que hoje a UENF paga os piores salários inicias para docentes contratados em regime de DE em todo o território nacional.
Essa situação causou uma série de greves e movimentos trabalhistas, fruto direto do descontentamento dos docentes com a corrosão de salários que já foram os mais altos do Brasil.
Diante disso, o que está tendo fazer o (des) governo de Sérgio Cabral: acabar com a regra de Dedicação Exclusiva para todos os docentes, abrindo o caminho ainda para a contratação de professores sem título de doutor. Essa é uma ameaça frontal ao modelo criado por Darcy Ribeiro, além de estar em completo descompasso com o que está sendo praticado no resto das universidades públicas brasileiras.
Mas e o que está fazendo a reitoria da UENF frente a essa ameaça de desmonte do modelo vitorioso de Darcy Ribeiro? Está preparando, de forma sigilosa, uma minuta que abre caminho para esse desmonte! E isso tudo exatamente no ano em que a UENF completa 20 anos de existência.
Diante desse ataque sem precedentes ao modelo de excelência da UENF, resta não apenas á comunidade universitária, mas a todos aqueles que desejam manter a instituição num caminho de excelência, trabalhar para repelir esse ataque. Qualquer outra posição ajudará ao (des) governo de Sérgio Cabral a sucatear e implodir tudo aquilo que a UENF representa para a região Norte Fluminense e para o estado do Rio de Janeiro.
Como já se manifestou uma colega, aqueles que podem não ter a qualidade de visionária de Darcy Ribeiro, mas entendem sua importância para estas e futuras gerações, têm a obrigação de defender a UENF. Agora de resistir ao desmonte é agora! Depois será tarde demais!
